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S/n

A enfermeira espalha o gel frio sobre a barriga de Billie, que dá um pequeno pulo de surpresa. A tela do ultrassom permanece inicialmente enigmática para nós, um emaranhado de sombras e formas. Eu aperto a mão de Billie, tentando passar tranquilidade, mas minha própria ansiedade é palpável.

-- Vamos começar a ver o seu bebê agora -- diz a enfermeira com um sorriso. Enquanto ela manobra o transdutor sobre a barriga de Billie, a imagem na tela começa a se clarear, revelando lentamente as pequenas partes do nosso bebê.

Aqui está uma perninha, lá um bracinho, e então, o coração batendo rápido e forte. A enfermeira ajusta a imagem e aponta para a tela.

-- Aqui está o coração -- ela diz, e o som dos batimentos cardíacos enche a sala, forte e constante. Billie espreme minha mão, seus olhos brilhando com lágrimas de emoção.

-- Agora, vamos ver se conseguimos identificar o sexo -- a enfermeira continua, movendo o transdutor com habilidade. Ela pausa, olha para a tela, e então sorri. -- Já têm opções de nomes?-- A mulher pergunta e Billie concorda

-- Ayla se for menina e Caleb se for menino -- Billie responde e a doutora sorri.

-- Bom, então podem se preparar para a chegada de Caleb -- a doutora fala olhando para a tela

A notícia nos pega de surpresa e um sorriso largo se espalha pelo meu rosto. Billie aperta minha mão mais forte ainda, seu olhar mistura choque e alegria.

-- Caleb -- ela sussurra, e eu assinto, incapaz de conter minha felicidade.

-- Aqui, olhem -- a enfermeira diz, ajustando a tela para nos mostrar melhor. As imagens do ultrassom se tornam mais claras, e ela aponta para os pequenos detalhes que definem que estamos esperando um menino. O contorno do corpo, as pequenas mãos, tudo tão perfeito, tão maravilhoso.

-- Está tudo bem com ele?-- Billie pergunta, a preocupação de mãe já evidente em sua voz.

-- Está tudo ótimo -- a enfermeira assegura. -- Veja, ele está se desenvolvendo muito bem, todas as medidas estão dentro do esperado para a idade gestacional. -- Ela nos mostra as diferentes partes do corpo de Caleb, explicando o que cada sombra significa na tela. É um momento mágico, e cada palavra da enfermeira parece desenhar um futuro mais real e tangível para nosso filho.

A consulta termina com a enfermeira nos entregando algumas imagens impressas do ultrassom.

-- Para o álbum de família -- ela diz com um sorriso. Pegamos as imagens, cada uma mostrando um pequeno detalhe de Caleb, já tão amado.

Enquanto saímos da clínica e caminhamos em direção ao carro, Billie se encosta em mim, colocando uma das imagens contra o coração.

-- Nosso Caleb será o bebê mais amado do mundo -- ela diz convicta, e eu a abraço, compartilhando a emoção.

-- No que você está pensando?-- pergunto, enquanto abro a porta do carro para ela.

-- Em como vai ser nossa vida com ele. Em como ele e Lea vão se dar -- ela responde, seus olhos perdidos em pensamentos sobre o futuro.

-- Vai ser incrível -- eu respondo, confiante, ajudando-a a se acomodar no carro. -- E Lea vai ser a melhor irmã mais velha que Caleb poderia ter.

Billie sorri, e eu fecho a porta do carro após ter certeza de que ela está confortável. Entrando no meu lado, dou partida no carro e começamos a viagem de volta para casa, nossos corações cheios de amor e nossas mentes agitadas com sonhos e planos para a chegada do pequeno Caleb.

-- o bebê da mami esta bem saudável então -- falo fazendo carinho na barriga de Billie. A mulher sorri e então fica levemente confusa

-- acaho que ele chutou -- ela diz baixinho

-- serio?-- pergunto e ela concorda

-- sim... Não tenho certeza, mas dizem que geralmente, na segunda gravidez da para sentir isso mais cedo... E eu senti, é bem sutil no começo... -- ela diz e eu sorrio

Meu coração se enche de uma alegria quase indescritível ao ouvir isso. Imediatamente, coloco minha mão sobre a barriga dela, na esperança de sentir algum movimento. Mesmo sabendo que é muito sutil, a possibilidade de sentir meu filho chutando é emocionante.

-- Posso sentir também?-- pergunto, ansiosa, me inclinando um pouco para ficar mais perto.

Billie ajusta minha mão um pouco mais acima na barriga, indicando onde ela sentiu o movimento.

-- Talvez demore um pouco para você sentir alguma coisa, amor -- ela avisa com um sorriso suave.

Fico em silêncio, concentrada, esperando qualquer pequena vibração ou movimento. Passam-se alguns segundos, e então sinto uma pequena pressão contra a palma da minha mão, tão leve que por um momento penso ter imaginado.

-- Senti isso!-- digo, surpresa e emocionada, meus olhos encontrando os de Billie.

-- É incrível, não é?-- ela responde, compartilhando a emoção.

-- Sim, é incrível. É nosso pequeno Caleb dizendo 'oi' para a mami.-- A ideia de que nosso filho já está se fazendo presente dessa forma traz uma nova camada de realidade à nossa espera. -- Estou tão feliz, habibi.

Billie sorri, tocando meu rosto.

-- Eu também, amor.

Compartilhamos um momento de silêncio, cada uma absorvendo a alegria e a maravilha daquele pequeno chute, um simples toque que já conecta tanto. Depois, com a mão ainda na barriga de Billie, sigo conduzindo o carro de volta para casa, agora com um sentido ainda mais profundo de conexão com o pequeno ser que estamos esperando.

Acaso (Billie/You Gp)Where stories live. Discover now