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Billie

A mensagem de S/n avisando que estava chegando enche meu coração de ansiedade e receio. Lea estava me ajudando a por a mesa para o jantar, hoje estou de folga, e tão decidimos que seria o melhor dia para fazer as apresentações.

Quando a campainha soa, eu vou abrir a porta, Lea estava ansiosa observando tudo da sala.

-- É a moça que fez um avião para mim!-- Ela diz sorrindo -- ela conhece minha mamãe?-- Pergunta confusa

Eu me agacho ao lado de Lea, oferecendo um sorriso reconfortante para aliviar sua confusão.

-- Sim, pequena, é ela mesmo... Ela... Ela é sua outra mamãe -- Os olhos de Lea se arregalam em surpresa e um misto de emoção. Ela olha rapidamente da porta para mim, tentando assimilar a novidade.

-- Minha mamãe?-- Sua voz é uma mistura de incredulidade e curiosidade.

-- Isso mesmo -- eu digo, segurando sua mãozinha para dar-lhe coragem. -- Vamos jantar todas juntas hoje. Será uma noite especial para nós.

Com uma respiração profunda, tento passar tranquilidade, mas meu coração bate rápido com a magnitude do momento. Caminhamos juntas até a porta, onde S/n nos espera com um olhar ansioso e esperançoso.

-- Oi, Lea -- diz S/n, ajoelhando-se para ficar na altura dela. -- É um prazer enorme te ver de novo. Eu... Eu sou a sua mamãe, S/n.

Lea o observa, ainda processando a informação, então olha para mim buscando confirmação. Eu assinto com um sorriso, incentivando-a.

-- Você fez o avião de papel mais legal que já vi -- ela diz, finalmente quebrando o silêncio, um pequeno sorriso começando a se formar em seus lábios.

S/n sorri, claramente aliviada com a reação dela, e estende a mão

-- Eu tenho muito mais coisas para te mostrar, se você quiser.

Lea hesita por um momento, mas então coloca sua mão pequena na dela.

-- Ok -- ela responde, uma simples palavra carregada de esperança para um novo começo.

Juntas, caminhamos de volta para a mesa de jantar, um passo de cada vez rumo a uma nova fase em nossas vidas.

-- Você... Já sabia que era minha mamãe quando me deu o avião?-- Lea pergunta pegando um brócolis de seu prato, usando suas mãozinhas, ja que não conseguiu espetar o garfo. S/n concorda com sua pergunta -- P-Por que você foi embora?...

S/n hesita por um momento, olhando para Lea com uma expressão cheia de remorso e amor. Ela respira fundo, buscando as palavras certas para explicar uma situação tão complexa para uma mente tão jovem e inocente.

-- Quando eu te dei aquele avião, eu... eu sabia sim, que você era muito especial para mim -- começa S/n, escolhendo suas palavras com cuidado. -- Mas eu não fui embora porque eu queria, Lea. Eu fui embora porque eu não sabia que você existia, que você era minha filha. E quando eu descobri, eu queria muito te encontrar e estar aqui com você.

Lea parece absorver as palavras, ainda brincando com o brócolis em seu prato.

-- Você não sabia que eu estava aqui?-- Sua voz é suave, misturada com curiosidade e um toque de tristeza.

-- Não, eu não sabia. E quando eu finalmente soube, eu fiz tudo que pude para te encontrar e para estar aqui agora -- explica S/n. -- Eu sinto muito por todo o tempo que perdemos, mas eu quero estar aqui para você agora. Quero fazer parte da sua vida, se você me permitir.

A pequena Lea o olha, tentando entender a complexidade das emoções e situações adultas, mas então, lentamente, ela estende o brócolis para ele com um pequeno sorriso.

-- Você pode me ajudar a espetar isso no garfo?

S/n sorri, um sorriso cheio de amor e gratidão, e ajuda Lea com o brócolis.

-- Claro que sim, pequena. E eu vou te ajudar com muito mais, sempre que você precisar.

O momento, simples mas significativo, marca o início de uma nova relação entre eles, cheia de esperança para o futuro.

-- Você vai embora de novo? Seria muito chato...-- Lea comenta e morde o brócolis. S/n olha para Lea, seus olhos carregando uma promessa silenciosa.

-- Não, pequena. Eu não vou embora de novo. Eu vou ficar aqui com você e sua mãe. Vamos descobrir como fazer tudo isso funcionar juntas, ok?-- Ela fala com sinceridade, querendo transmitir segurança e estabilidade para a pequena, que acabara de reentrar em sua vida.

Lea analisa a resposta dela por um momento, como se estivesse avaliando a sinceridade em suas palavras, então, com um pequeno sorriso satisfeito, ela assente.

-- Ok, mas você tem que prometer. As promessas são importantes -- ela diz, uma seriedade infantil em seu tom.

-- Eu prometo, Lea. Prometo que estarei aqui para você -- S/n afirma, estendendo o dedo mindinho como um gesto de selar a promessa, um gesto simples que carrega um peso imenso de compromisso e amor.

Lea enrola seu mindinho no dela, um acordo silencioso feito, e volta a comer seu brócolis, agora com um semblante mais tranquilo e um sorriso mais amplo. A simples interação é um passo em direção à reconstrução e ao fortalecimento de laços que foram inesperadamente rompidos, mas que agora têm a chance de crescer mais fortes e verdadeiros.

-- você sabia que eu tenho uma aranha de estimação? Ela se chama Cools -- Lea fala tentando espetar mais um brócolis no garfo -- Ela é peludinha e tem varias perninhas... A titia Zoe tem medo dela, é bem engraçado. Por isso ela fica sempre na casinha dela quando a titia Zoe esta aqui. Não quero assustar a titia... Sabia que esses bixinhos têm mais medo da gente do que a gente tem medo deles?

S/n escuta com interesse e um sorriso se forma em seu rosto ao ouvir a empolgação de Lea sobre sua aranha de estimação.

-- Sério? Eu nunca soube que você tinha uma aranha de estimação. Cools, hein? É um nome bem legal para uma aranha -- ela diz, encorajando-a a continuar compartilhando. -- E você está certa, muitas vezes os animais têm mais medo de nós do que a gente deles. Você parece saber bastante sobre aranhas.

Ela aproveita o momento para aprender mais sobre os interesses de sua filha, mostrando uma genuína curiosidade sobre sua vida e as pequenas coisas que a fazem feliz.

-- Você vai ter que me apresentar à Cools um dia desses. Eu adoraria conhecê-la. E é muito bom de sua parte cuidar para que a titia Zoe não se assuste. Mostra que você é uma menina muito atenciosa e gentil.

Este momento de conexão entre S/n e Lea é um passo importante para fortalecer o vínculo entre mãe e filha, com S/n mostrando que está disposta a se interessar e fazer parte do mundo de Lea, incluindo suas paixões e cuidados.

-- Sabia que a mamãe e eu somos veganas? Eu acho muito triste quem machuca os animais. Uma vez um colega meu quebrou um ovo na escola, eu chorei... Foi muito triste -- A pequena dispara a falar

S/n acena, absorvendo cada palavra com cuidado e consideração.

-- Eu não sabia disso, pequena. Ser vegano é uma escolha muito gentil e respeitosa com os animais. E você tem um coração muito grande por se importar tanto com eles assim -- ela responde, claramente impressionada com a sensibilidade e maturidade de minha filha. -- É importante respeitarmos todas as formas de vida. Eu estou aprendendo muito com você hoje, sabe? Sobre ser gentil e cuidar dos outros... E vou me lembrar sempre disso quando estivermos juntas -- continua S/n, reforçando seu compromisso em não só entender os valores de Lea, mas também em honrá-los e apoiá-los.

Esse diálogo revela um lado vulnerável e disposto de S/n em se conectar com Lea não apenas em um nível emocional, mas também nos valores que ela considera importantes, o que é fundamental para a construção de uma relação de confiança e respeito mútuo entre elas.

Acaso (Billie/You Gp)Where stories live. Discover now