Pergunta rápida: qual a opinião de vcs sobre um dark romance? Tenho algumas coisas nos rascunhos que dariam super certo...

Billie

-- Eu estou passando mais tempo na sua casa do que na minha -- comento observando S/n cortando alguns temperos

-- Isso é um claro sinal que você e Lea deveriam virem morar comigo -- ela constata olhando brevemente para mim. Seu pulso firme enquanto manuseava a faca com uma habilidade até então desconhecida por mim. -- Acha que devo preparar couve hoje?

-- So de pensar em couve, meu estômago embrulha -- respondo e ela me olha desconfiada

-- Nada de couve então -- ela diz calmamente -- Ultimamente você anda passando mal o tempo todo...-- Comenta jogando os temperos dentro de uma das panelas

A observação de S/n me faz engolir em seco. Eu sabia que algo estava diferente, mas ouvir ela dizer em voz alta me fazia pensar mais seriamente a respeito.

-- É, eu tenho me sentido um pouco estranha ultimamente -- admito, apoiando-me no balcão da cozinha enquanto a observo cozinhar. -- Talvez seja o estresse, ou talvez eu só esteja comendo algo que não me cai bem.

S/n me lança um olhar preocupado.

-- Quer que eu marque uma consulta para você? Pode ser bom verificar isso -- ela sugere, sua expressão cheia de cuidado.

Eu hesito por um momento, ponderando. A verdade é que a ideia de morar juntas, apesar de maravilhosa, também adicionava uma camada de ansiedade à minha vida.

-- Talvez eu deva mesmo ir ao médico. Só para ter certeza de que está tudo bem.

Enquanto S/n assente e volta a se concentrar na comida, eu me perco em pensamentos. O convite dela para morar juntas parecia o passo natural em nosso relacionamento, especialmente considerando o quanto eu e Lea já estávamos integradas à sua vida. Porém, era uma grande mudança, e grandes mudanças sempre traziam nervosismo.

Levanto do balcão e me aproximo de S/n, envolvendo-a em um abraço por trás enquanto ela cozinha. Ela relaxa contra mim, e eu sinto o calor de seu corpo.

-- Eu amo estar aqui com você -- murmuro, depositando um beijo em suas costas. -- E amo a ideia de nós três morarmos juntas.-- S/n coloca sua mão sobre a minha, espremida contra seu peito.

-- Vamos fazer isso no seu tempo, ok? Não precisa ter pressa -- ela diz, e eu sinto o carinho em sua voz.

A tranquilidade de sua aceitação me faz sentir mais segura. Talvez, eu pense, essa estranheza que sinto seja parte da transição, da mudança inevitável que estava por vir em minha vida. Decido que aceitar o apoio de S/n e enfrentar meus medos diretamente é a melhor maneira de lidar com isso. E com ela ao meu lado, eu sabia que poderia enfrentar qualquer coisa.

-- Mamãe, eu fiz um dodoi com papel -- Lea se aproxima chorosa, com um pequeno corte em seu dedinho feito por papel

-- Oh, deixa eu ver isso aqui, princesa -- digo suavemente, pegando a mãozinha de Lea para examinar o pequeno corte. Papel corta de um jeito que sempre parece pior do que é, mas um beijinho costuma ajudar bastante. -- Vamos limpar isso e colocar um band-aid bem bonito. Temos que cuidar bem desses dedinhos.

Levo Lea até o banheiro, onde tenho um kit de primeiros socorros com alguns curativos coloridos que sei que ela gosta. Escolho um com desenhos de animais, sabendo que isso pode trazer um sorriso de volta ao seu rosto.

-- Qual você quer hoje? Temos o de cachorrinho, o de gatinho...

Lea soluça um pouco, mas o choro vai diminuindo à medida que ela olha os curativos.

-- Quero o de gatinho, por favor -- ela diz, tentando enxugar as lágrimas.

-- Ótima escolha!-- Comemoro, limpando cuidadosamente o corte com um pouco de água e secando antes de aplicar o band-aid. -- Prontinho, agora está tudo bem. O gatinho vai cuidar de você.

Lea olha para o curativo e sorri, aliviada.

-- Obrigada, mamãe. Ele é muito bonito.

-- De nada, meu amor. Sempre que precisar, a mamãe está aqui -- respondo, dando um beijinho em sua testa. -- Vamos voltar para a cozinha? A sua mami está fazendo algo delicioso para o almoço.

De mão dada, voltamos para a cozinha. S/n nos olha preocupada, mas sorri ao ver que Lea já está melhor.

-- Tudo resolvido?-- ela pergunta.

-- Sim, foi só um sustinho. Mas agora ela está bem, não é, Lea? -- Digo, olhando para a pequenina.

Lea acena com a cabeça, já mais animada, e corre para mostrar o band-aid para S/n.

-- Olha, mami, é um gatinho!

Ela se agacha para ficar na altura de Lea, examinando o curativo.

-- Uau, que lindo! Esse gatinho vai fazer um ótimo trabalho te protegendo, hein?

Rindo, Lea concorda e se aninha ao lado de S/n, já esquecendo o incidente. Observo as duas, sentindo uma onda de amor e gratidão por ter uma família tão amorosa e solidária. S/n me lança um olhar cúmplice, e eu sei que tudo vai ficar bem.

Acaso (Billie/You Gp)Onde histórias criam vida. Descubra agora