XVI Gnothi Seauton

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Gnothi Seauton. Conhece-te a ti mesmo.

Foi no alforismo que recepcionava o pátio de Apolo em Delfos, que Eros teve a sua intuição direcionada, tendo alcançado seu pólo mais antagônico da fama que translava a sua missão. Um estalo. Um direcionamento.

Como se o próprio Universo recompensasse o alo e elo com o humano que estimava. Talvez fosse Eros, dentro de todos os seres e energia, que mais conhecesse Jungkook, especialmente depois da sua investigação sobre Alea ser invisível aos olhos do humano. Não desejava ser, apenas era cada vez mais útil e benevolente a vida do terráqueo, gratuitamente.

Elevou sua busca, o Universo era permissivo com a evolução dos deuses e dos homens. Assim como todas as soluções dos mundos não estavam nos dados de Alea, a sua flecha não era ferramenta de resultado para tudo o que ele precisava, e como tantas vezes foi procurado por deuses diversos, seguiu o exemplo dos seus similares.

Mirou a humildade e lançou sua flecha. Precisava apostar na sua crença.

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Era na humanidade de Taehyung que Jimin tinha leitura simplificada.
A história e ligação que o linkava a Nari deixava seu soulmate cada vez mais preocupado. Foi com a desculpa de visitar a exposição das obras seculares da arte clássica grega, da Era do Ouro, que se encontraram no Museu de Dédalo.

— Eu tenho a impressão que já vivi isso de algum modo, esses dados de Alea mudou minha noção de percepção.

— Percepção e perspectiva.

Jimin tirou a atenção do Discóbolo de Míron e a sua expressão facial traduzia sua dúvida diante do seu confidente - O que foi agora? Fazendo rodeios para reclamar comigo, Kim Taehyung?

— A gravidez da Nari está me deixando preocupado.

— Por conta do risco dela perder o bebê?

— Por conta do risco de você ter perdido a sanidade.

A atenção voltou para O Lançador de Discos, que valorizava cada traço do naturalismo humano e enriquecia em detalhes as expressões do corpo. Cinesiologia e anatomia em bronze narrando em mudez o arremesso.

— Não precisa se preocupar, eu sei o meu lugar nessa história e eu não tô sozinho.

— E qual é esse lugar? Você está na parte que ela viva ou morta, deixa esse bebê nas mãos de Jungkook e você vai criar como seu filho sem interferências? Não está viajando demais nessa fanfic?

Jimin respirou, voltou a atenção para o amigo, abriu a boca, mas engoliu as palavras. Não tinha como se defender, havia a verdade nua, crua e direta do homem que o colocava na realidade. Iluminava seus eixos. Não tinha parado para analisar a história daquele ângulo, mas sabia onde habitava seu núcleo.

— Eu sei que há uma criança entre mim e o Jungkook, eu não sei te explicar porque, mas eu sei que existe, sabe?

O humano que habitava sua energia intercedida entre Frigg e Aglaia tinha consigo a essência dos sentimentos transferidos e intuição das emoções. Tentava puxar o menor de volta à realidade sem desconforto.

— Sei, Ji. Sei também que não tem como você saber se é ou não o filho da Nari que vai te proporcionar isso. Você nem sabe se essa criança é mesmo do Jungkook.

— Eu sinto um abraço de cheiro doce e infantil quase todas as noites, Tae. Às vezes parece que eu tô vivendo duas realidades...

— Não é loucura, eu ouço Jungkook contando sobre fadas e dinossauros como se fosse algo que encontramos no pet shop.

AleaWhere stories live. Discover now