XIII Aos Quatro Ventos

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Não foi suficiente?

O vento varreu toda a graciosidade do par de almas?

A promessa da validação de um romance feito diante dos deuses, apenas palavras levadas pelo vento e esquecidas pelo Tempo.

Poeira, promissão.

Almas cansadas de lutas diárias com duas toalhas jogadas em um ringue de quatro cantos.

Palavras, encantos, emoções, sentimentos: foram com o vento?

Seria o ar, em sua simbologia de mudança e movimento, a resultante transformação para algo ruim?

Sopro de brisa refrescante se tornou tempestade dramática?

Essência divina sob o controle de Éolos.

Sopro. Hálito. Respiração. Espírito.

Intensidade. Direção. Temperatura. Umidade.

Norte. Sul, Leste, Oeste: Bússola.

🎲

Tudo parecia perdido para Park, era intolerável a dor de viver vários meses sem o homem que aprendeu a amar em outro patamar, em inominável e humanamente possível experiência.

Esvaiu, feito água em terra seca, como areia soprada por Euro prenunciando as tempestades no cardinal leste.

Foi real. Foi o caminho de estrada único para dois, até não ser mais.

Jimin se viu como espectador da sua história, protagonizada por outra pessoa. A continuidade de um eterno incômodo. Testemunha das próprias linhas vivenciadas em outras vidas.

Contemplava seu coração batendo e vivendo fora do peito, em silêncio, com algemas, sem katanas, se via como um recorte curvo de um rio formando uma enseada sem notória vida aquática.

Morto e de pé.

Arrependido e culpado.

Amargo.

Sobrevivendo na própria alma.

Entrou na Seven para ministrar sua aula sob as bênçãos de Benzaiten, forte lembrança e nenhum sentimento dela a cada movimento expressado por um belo corpo de sorriso frio.

Não frequentava a sala de controle, entrava e saía do Studio com discrição, pelo menos achava isso, toda questão lógica era alinhada com Yoongi fora da Seven.

Naquele dia, não teve outra opção a não ser interagir mais uma vez. Jungkook brincava com o filho que ao sair do colo do pai, correu para se esconder justamente nas pernas do tio Minnie. Se questionava como o moreno aceitou tão ligeiramente o destino que em mais uma vida batia de encontro com o prenunciado.

O olhar de galáxia nada dizia, ainda mostrava aquele sorriso, um sorriso real para Nari, que levava a mochila do Iron Man no ombro e um braquiossauro na mão esquerda, enquanto a direita balançava leve e inconscientemente agarrada à de Jungkook, causando náuseas em seu espectador principal.

Era um bom momento para o mundo acabar.

Jormungand passeou sobre seus caminhos e distribuiu destruição por cada curva?

Afagar a face de Hel seria menos doloroso.

Não conseguia nomear o que sentia, mas não era bom. Não demonizou a raiva, a inveja, a oração silenciosa verbalizada em mente para que Boreas soprasse fria e violentamente seu vento norte na direção do casal.

AleaWhere stories live. Discover now