Trinta.

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Harry.

— Eu gosto de animais. — Eu disse.

Não queria discutir com eles sobre crueldade animal em fábricas de carne porque duvidava que eles entendessem; Eles torturavam humanos diariamente, afinal.

— Gosto deles também. Melhor que a maioria dos humanos. — Ernest disse com um encolher de ombros. — Não significa que eu não os coma.

— Prefiro-os na forma de salsicha. — Disse Calvin com um sorriso, mas também comeu um pedaço da minha pizza e se esticou no sofá, colocando os pés descalços nas pernas de Oli, que por sua vez enrugou o nariz.

— Ótimo, agora eu tenho que sentir o cheiro dos seus pés a noite toda.

Eu não pude deixar de rir. Louis me deu uma olhada, mas não consegui ler a sua expressão. Ernest também estava de olho em mim e, pela primeira vez, não parecia irritado nem furioso, mas também dificultava que eu avaliasse suas emoções.

— Que tal assistirmos a essa luta agora? — Ernie disse depois de um momento e aumentou o volume.

Arrisquei um olhar para a tela, onde um homem enorme com braços tão grossos quanto minhas coxas estava batendo em seu oponente antes de jogá-lo contra a gaiola. Eu tremi com o barulho da gaiola e os aplausos embevecidos da multidão.

Louis segurou meu pulso, nunca tirando os olhos da tela, e eu reprimi um sorriso, que morreu quando o gigante agarrou seu oponente e o esmagou em seu joelho. As costas do homem deram um estalo doentio e ele caiu no chão imóvel.

Eu me encolhi violentamente contra Louis e seu braço apertou ao meu redor.

— Ele está... ele está...? — Eu engoli, meu pulso acelerado. As sobrancelhas de Louis se uniram.

— Morto. — Ernest disse com um encolher de ombros.

Meu estômago virou violentamente.

— Foi um movimento espetacular. — Comentou Calvin, enchendo a cara com outra fatia de pizza. Como ele poderia comer enquanto um homem morria?

Louis bateu no meu pulso, chamando minha atenção para o rosto dele. — Podemos mudar para uma das corridas de rua.

Eu peguei o olhar que Ernest enviou para Louis. Ele discordava e estava certo.

— Não. Se eu quiser fazer parte dessa família, é melhor me acostumar a assistir isso.

Calvin recostou-se, um desafio em seus olhos.

— Então você deveria ir a Roger’s Arena em duas semanas. É quando Louis terá sua próxima luta.

— O quê? — Eu levantei meus olhos arregalados para Louis.

— Eu não luto há um tempo. Está na hora.

— É por isso que estamos assistindo isso. — Acrescentou Ernest. — O grande filho da puta é seu oponente.

Olhei para Louis sem acreditar.

Você não pode estar falando sério. Ele quebrou as costas de alguém.

— Eu vou quebrar o pescoço dele. Isso é mais fácil e tem o mesmo efeito. — Louis falou lentamente.

Eu peguei a garrafa de cerveja que ele ainda segurava na mão que não estava ocupada verificando o meu pulso e tomei um grande gole. Então comecei a tossir do gosto horrível. Louis gentilmente tirou a garrafa da minha mão, esvaziou-a com um longo gole e colocou-a de volta na mesa.

Eu coloquei minha cabeça no ombro de Louis e me concentrei em seu peito enquanto a próxima luta se desenrolava na tela. Quando senti a mão de Louis no meu tornozelo, olhei para ele, mas toda a sua atenção estava na luta. Tudo o que eu podia focar eram os pequenos golpes de seus dedos contra a minha pele. Os irmãos começaram a discutir estratégias para a próxima luta de Louis enquanto assistiam as lutas anteriores do gigante. A mão de Louis se moveu de novo, deslizando até minha coxa externa. Eu parei, minha respiração engatando na minha garganta. Sua palma quente e áspera parecia surpreendentemente boa, apesar de sua proximidade com áreas mais problemáticas, áreas que guardavam memórias dolorosas.

Twisted emotions || Adaptação Larry Stylinson Where stories live. Discover now