Dezesseis.

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Louis.

Harry continuou lançando olhares mal disfarçados na minha direção enquanto entravámos em nossa sala de jogos. Ernest já estava lá dando alguns chutes recreativos contra o saco de pancadas. Ele fez uma pausa quando entramos, seu olhar se estreitando em Harry brevemente antes de começar a chutar novamente.

— Estou faminto. Vamos pedir pizza.

Ao ver Ernie, Harry endureceu ao meu lado e sua respiração ficou irregular. Eu não tinha certeza se era porque ele estava apenas de bermuda de luta ou porque ele estava batendo pra caralho em um objeto inanimado, mas o medo dele era óbvio. Eu peguei o menu de entrega de uma das nossas pizzarias favoritas do bar. Estava grudado em algo que havia derramado. Eu me virei para ele.

— Você terá que se acostumar com a presença de Ernest.

Ele pulou, arrancando os olhos do meu irmão.

— Não sei se consigo. Eu ouvi o que ele faz, o que ele gosta de fazer. — Ele sussurrou.

Eu olhei para o meu irmão, que nos observava do outro lado da sala quando deu outro chute contra o saco de pancadas. Ernest fez um monte de coisas, que eram perturbadoras para alguém como Harry, e ele gostava de todas elas.

— Ele não é um perigo para você.

Ele levantou os olhos para os meus, tremendo, arrepios subindo ao longo de sua pele lisa.

— Você tem certeza?

— Sim. — Não houve hesitação na palavra. Eu sabia com absoluta certeza que Ernest não colocaria a mão em Harry porque ele era meu.

Ele assentiu lentamente, os olhos cheios de desconforto. Ele estava relutante em acreditar em mim. Ele não conhecia Ernie como eu. Poucas pessoas neste mundo estavam seguras ao redor do meu irmão, não havia como negar, mas o mesmo poderia ser dito sobre mim.

— Por que você não dá uma olhada no cardápio e vê que tipo de pizza você quer? — Eu entreguei para ele.

Ele pegou de mim, olhando com cautela. O papel manchado parecia ter visto dias melhores.
Fui até meu irmão, que parou de chutar e ergueu as sobrancelhas para mim.

— Esse olhar significa que não vou gostar do que você tem a dizer.

— Você o assusta. Eu apreciaria se você tentasse não assustá-lo tanto.

Ernie riu, enfiando o joelho no saco mais algumas vezes antes de dizer: — Eu não fiz nada.

— Eu sei. — Eu disse. — Não nos damos bem com pessoas sensíveis, mas Harry vive sob o nosso teto agora. Ele faz parte de nossa família e devemos nos certificar de que se sinta o mais confortável possível, considerando seu passado e nossa disposição.

Ele inclinou a cabeça.

— Você quer que a gente o trate bem? — Eu segui seu olhar em direção a Harry, que estava avaliando a área do bar, que estava lotada de copos sujos, garrafas de cerveja e pratos. O pessoal da limpeza viria pela manhã.

— Sim. Eu quero que ele seja tratado como família. Eu o quero protegido. Eu o quero seguro de qualquer ameaça. Ele é um Tomlinson agora. Ele é meu.

Ernest assentiu, sem tirar os olhos do meu esposo. Ele colocou o cardápio no bar, em seguida, olhou para cima e notou nossos olhares. Ele piscou, enrijecendo e engoliu em seco, rapidamente pegou o cardápio de novo e se atrapalhou nervosamente com ele. Medo.

— Ele está seguro, Louis. — Ernie se virou para mim, segurando meu antebraço. — Você é meu irmão e ele é seu. Vou me certificar de que todos nesta cidade, e além, saibam que ele está sob nossa proteção.

Ernest não tinha muitas qualidades redentoras, muito parecido comigo, mas uma delas era sua lealdade. Se ele decidisse que alguém estava sob sua proteção, não faria nada além de garantir que a pessoa estivesse segura.

Ele soltou meu antebraço. — E? Você finalmente transou com ele?

Revirei meus olhos para ele.

— Não. E não vou até ele querer que eu faça. Ele está com muito medo por causa do estupro.

Os olhos de Ernest se voltaram para Harry. Ele ainda estava olhando fixamente para o cardápio. Ele deve ter memorizado todas as pizzas que eles ofereciam agora.

— Harry não é capaz de se proteger. Precisamos ter certeza de que ele esteja seguro onde quer que vá. — Eu disse.

— Eu não quero nossos soldados na mansão. Esta é a nossa casa.

— Concordo. É por isso que você, Calvin ou Oli devem protegê-lo quando eu não estiver por perto para fazer isso.

Ernest sorriu. — Tem certeza que Harry quer que eu o proteja? Ele pode morrer de medo se eu estiver sozinho com ele.

— Ele vai se acostumar com você.

— Eu duvido. — Ele disse com um sorriso.

— Não vai ser fácil, mas eventualmente ele mudará de ideia se você não enlouquecer em torno dele.

— Eu farei o meu melhor.

Nós dois sabíamos o que isso significava. Voltei para o lado de Harry. Ele estava mordendo o lábio e seu corpo estava tenso.

— Então achou uma pizza que você quer?

— Eu não estou com muita fome. — Ele disse suavemente. — Tudo bem se eu só pedir uma salada com mussarela e azeitonas?

— Você pode comer o que quiser. E se você ainda ficar com fome, pode comer um pedaço de uma das nossas pizzas. — Eu disse a ele.

Ele sorriu. — OK.

Ernest veio em nossa direção e parou ao meu lado e Harry.

— Pronto para pedir? — Ele perguntou.

— Vou fazer o pedido. Zayn virá?

— Sim. Leona passa as noites com a puta da sua mãe.

Os olhos de Harry se arregalaram. Eu não tinha certeza se foi o insulto ou porque outro homem estava se juntando a nós esta noite.

Peguei meu telefone e liguei para o nosso restaurante italiano favorito. Suas pizzas eram as melhores da cidade.

Todos nós tínhamos nossos pedidos habituais, então a adição de uma salada causou um silêncio estonteante do outro lado.

— Por que você não senta? Você pode ligar a TV se quiser. A comida estará aqui em trinta minutos. — Eu disse a Harry, que estava congelado ao lado de Ernest e eu.

Ele assentiu e se moveu para o sofá onde afundou no meio.

— Espero que ele perca esse comportamento submisso em breve. É chato pra caralho. — Ernest murmurou.

— Isso é novo para ele. Ele não estava tão tenso quando estávamos sozinhos.

Cinco minutos depois, Zayn entrou. Ele tinha uma chave sobressalente e nunca se incomodou em tocar a campainha.

— Eu preciso de um uísque. — Foi a primeira coisa que saiu de sua boca. — A mãe de Leona é um maldito pesadelo. Aquela mulher fuma e consome mais drogas do que a maioria das pessoas e consegue sobreviver.

— Isso é porque você lhe oferece um fornecimento gratuito. Sua tolerância à substância aumenta. — Expliquei.

Zayn olhou com raiva.

— Eu sei. Mas se eu não lhe der, a prostituta estúpida vai para às ruas de novo, e mata Leona ver sua mãe chupando paus feios.

Harry respirou fundo no sofá e todos nos viramos para ele. Ele corou. Zayn estendeu a mão por cima do balcão do bar e pegou uma garrafa de uísque da prateleira e depois se serviu de um copo generoso. — Alguém mais?

— Eu vou querer um. — Disse Calvin quando entrou, batendo no ombro de Zayn. — Ouvi dizer que você está sendo chicoteado por bocetinhas.

Zayn empurrou-o.

— Eu ainda posso limpar o chão com seu rosto feio, Calvin, não se esqueça disso.

Calvin sorriu maliciosamente. — Não por muito mais tempo. Eu sou muito natural quando se trata de lutar.

Twisted emotions || Adaptação Larry Stylinson Onde as histórias ganham vida. Descobre agora