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Sinto o arder já comum da insulina e pisco suspirando pesadamente. Relaxo contra a parede fechando os olhos só um pouco. Me permitindo respirar ao menos um segundo, já que faz seis dias que não faço, minha vida está um caos.
Tem cinco dias que não paro nem um segundo para pensar, porque sinto que se fizer, eu desmorono. Estou há seis dias quase ignorando Allan, me sinto culpada por isso, já que ele está sendo fofo e paciente, me mandou até flôres. Minha mãe está me ligando sem parar nos últimos dias querendo conversar, dizendo que somos mãe e filha, precisamos nos dar bem e que se arrepende de me culpar. Amo minha mãe, mas não estou pronta para falar com ela agora. Estou tentando entender o que Zil disse sobre " me preda antes do princípio, se não será o fim " não sei se foi exatamente isso, mas foi algo do tipo. O que isso significa? É uma charada?

Enfim, suspeito de que ele foi para lá nos seguindo, nos gravou transando, sei que gravou e isso me apavora. O que menos preciso agora é que um vídeo meu fazendo sexo pare na internet. Olhei as câmeras, mas não há nada ou ninguém de diferente em toda redondeza, é como se essa peste fosse um espírito. Perguntei a todos da casa se saíram do quarto, mas todos tirando Larissa que dormiu sozinha tem um álibi, ninguém saiu de seus quartos...

— oiêee — ouço a voz de Summer e abro meus olhos olhando-a — está com cara de cansada, não dormiu essa de novo? — nego bocejando.

— trabalhei até às 23:00 fazendo hora extra, não consegui dormir e resolvi fazer faxina em casa, acabei às cinco da manhã, tomei banho e fiz comida para dormir, quando fui ver era seis e meia — faço careta e ela me olha em choque.

— nossa amiga, aí é foda. Tem certeza que não tem como eu te ajudar? Eu posso te fazer um grande empréstimo e como você é muito orgulhosa, e não aceitaria de presente, pode me pagar o dia que puder. Não irei cobrar, então pode ser daqui anos ou dias, você que escolhe — sorri amarelo e eu bufo uma risada.

— não, valeu burguesia — ela revira os olhos — tô dando conta!

— tô vendo — me olha fixamente preocupada e faço dedo do meio — enfim, o filho da puta parou de pegar no seu pé? E te dar seu salário certo? — aceno com a cabeça em mais ou menos.

— tô dando bola e fazendo ele jurar que estou flertando com ele — ela ri por reconhecer seu próprio conselho.

— sempre dá certo — brinca.

— é, mas tenho medo dele — ela segura minha mão — se piorar vou ter que sair da livraria.

— faz isso, sabe que desamparada você não fica! Pode trabalhar em uma das empresas do meu pai, ou apenas deixar eu ser sua velha da lancha, mesmo sendo apenas dois anos mais velha — suspiro um sorriso, recebendo um abraço seu — tô sempre com você! — declara fazendo meu coração se iluminar um pouco. Sei que posso contar com ela e qualquer uma das outras duas, mas ouvir isso é bem melhor.

— obrigado e não oferece muito não, porque com uma loirona dessa me faz pensar bastante sobre aceitar, às vezes não é nem pela lancha — ela ri.

— não me ilude não em, se pega meus irmãos, pode me pegar também! — gargalho, mas ficamos em silêncio depois. Ela suspira me olhando — E aí como está? Falou com ele? Ou deu a resposta para Allan? — nego encostando a cabeça na parede.

— nem sequer o vi depois daquilo e sendo bem sincera, nem quero ver, odeio ele amiga — ela assente entristecendo — desculpa, sei que é seu irmão — ela nega em que tudo bem — ele nem sequer foi homem para falar comigo, só prova que Allan está certo, ele só me usou. Tem notícias?

Ela pensa.

— não muita, vi ele apenas ontem a tarde chegando de um plantão, ele voltou a trabalhar de fato há três dias. No tempo livre sai ou fica no quarto, não nos encontramos muito — assinto.

Silênt nigth Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin