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Chegamos na portaria e vejo o motoboy à espera.

— boa tarde — diz enquanto vai até aquelas caixas de Ifood, que fica com a comida e eu sorri.

— boa tarde — digo.

Ele nos olha, fixando os olhos em Hayden que está sério, ele tem o dom de ser completamente assustador com pessoas, sem ser eu. Por que sou uma exceção?

— namorados? — ele questiona entregando quatro caixas de comida para Hayden, duas sacolas de refrigerante para ele e duas para mim.

eu coro.

— que? Nao! — falo em esclarecimento.

— ainda não — ele fala de forma seca — de olho em minha mulher por um acaso? — diz de forma ameaçadora.

O cara sorri de canto colocando o capacete e montando a moto, mas antes de sair, vira para mim — você é uma mulher de sorte — pisca, dá uma rápida olhada em Hayden uma última vez e acelera, se afastando com sua moto.

Paro raciocinando e olho para ele que está tão incrédulo quanto eu. Caio na gargalhada mais sincera que já dei em minha vida, sentindo minha barriga doer, sem conseguir manter meu corpo em pé, cambaleando para trás.

— por essa nem o futuro esperava — gargalho.

— mano...— seu olhar se perde em uma risada Silenciosa.

— sua mulher, jura? — dou risada.

— queria que eu deixasse ele dar em cima de você, na teoria?

— na próxima eu quem vou virar para o cara, olhar no fundo do olho dele e dizer: de olho em meu homem, por um acaso? — debocho sem conter a risada.

— se isso me fizer ser seu homem, pode fazer que deixo — minha risada faz uma pausa diante a investida nada discreta, mas volto a rir novamente.

— quer ajuda? Dá uma aí — peço mesmo que ele não pareça com dificuldade em carregar.

— não precisa, pequena, tenho cara de quem não aguenta míseras caixas? — analiso seus músculos volumosos e estrutura alta parecendo uma torre.

— de fato não — falo em análise.

Andamos de volta até o rio, onde Summer cai com tudo na água, direto do tobogã.

— Ae galera, a comida chegou — grito e sorri amarelo quando ele me olha dizendo: para que gritar?

— aeee, até que fim — Spenser.

— tava quase comendo as pedras — Summer grita.

— finalmente — Larissa.

— não creio que fizeram isso, pediram comida japonesa? — Hayden rosna abrindo as caixas e vendo-as repletas de sushi e frutos do mar.

— ué, você não gosta? — Liz questiona — perdão, não sabia, ninguém avisou. Compra sabia que a Quira não gostava, pedi uma caixa de combo churrasco para ela, dá para dividir, pelo que vi na descrição serve até três pessoas, ela divide né amiga? — fala olhando as caixas e abre a última mostrando-a cheia de carnes,  pão de alho, linguiça, duas vasilhas de molho.

— lógico que não — pego a caixa correndo para onde está o lençol forrado — pede outra no Ifood e aproveita para passar o número pro motoboy — digo rindo e ele vem também.

— coitada, não te deixo comer isso sozinha mesmo. Você nem aguenta, tem comida para três dias aí — o olho fixamente.

— você dúvida? — brinco e ele se senta ao meu lado para comermos.

Silênt nigth Where stories live. Discover now