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Hayden Grayford

Andamos pela floresta em silêncio, eu confesso estar.... feliz. Ela me escolheu. Significa nada, sei disso, mas odiaria ter que matá-la e no fim ir preso. Ter alguém nos vigiando me preocupa, o que quer de fato, dinheiro? Atenção? ou apenas brincar com nossa cara? Assopro a fumaça dilatando meus pulmões, tentando sair um pouco desse pensamento.

Suspiro deixando vir qualquer outra coisa em minha mente, e a primeira é — então seu nome é Quira? — digo e ela ergue a cabeça me olhando. É notável a diferença de altura entre nós, ela está quase servindo de escora para mim.

— não exatamente — Franzo o nariz — tem um A, é Aquira — assinto, confesso ser estranhamente satisfatório saber seu nome — agora a pergunta que não quer calar é, quem é você? Nada mais justo eu saber agora — arquei a sobrancelha.

Então ela de fato não sabe?

— ficou a festa toda no bar e não me viu? — ela pensa e assente — dou uma tragada assentindo. É quase impossível ela sequer não ter ouvido falar de mim.

— você não é da faculdade, eu teria te visto algum dia, ou ouvido falar em uma celebridade...nossa, não me diz que é o terceiro? — a olho entendendo seu raciocínio, mas não falo ou sequer olho para ela — meio que faz sentido ser, só vi dois, a multidão tava grande, que foi o loirinho e o ruivo, mas o terceiro não...— aperto os olhos dando uma tragada — até que enfim, mentira que você é um dos jogadores de basquete mais famosos do Campos...poxa muita cara, porque não pensei isso antes? — tecnicamente ela pensou, quando tinha 13 anos, me disse que eu parecia o típico capitão do time — Por que tiram todas as fotos da internet? eu teria matado a charada há cinco anos.

— aí seria injusto comigo, só eu ficaria curioso durante esse tempo todo — ela inclina a cabeça e assente.

— faz sentido, mas não importa, queria ter ficado sabendo antes — dou de ombros — vocês tem uma fama meio...peculiar não? É verdade os boatos? — a olho fixamente.

Ela não vai me perguntar, vai?

— vocês vão mesmo salvar o ranking do Campos? — pergunta inocentemente e eu assinto, me condenando por achar que ela perguntaria outra coisa, seria engraçado — está rindo de que? — arquei a sombrancelha, eu literalmente não sorri, como ela sabe que achei graça? — prensou que eu ia perguntar merda, né? — assinto e ela dá uma risada sincera — sai dessa, malicioso do caramba.

— se soubesse as perguntas e os boatos que já ouvi, não me julgaria — falo calmamente — como sabia?

— meio que já entendi você — fala tranquilamente.

— entendeu, foi? — debocho e ela assente sorrindo.

— o mau humor é só por fora, seus olhos sorri... raramente, mas sorri. Sorri em humor, em deboche, em malícia...tudo — reflito sobre, nem eu mesmo sabia disso.

— está reparando em mim demais, não? — provoco e ela cora.

— não é só com você, eu reparo todo mundo — se defende e eu aperto os olhos assentindo. É engraçado ver ela nervosa.

Seu celular toca e ela leva as mãos no bolso, bufando a fumaça e, atendende, parece preocupada, não parece ser o desgraçado de novo. Namorada?

Porra, ela tinha que ser sapatão?

Se fosse homem quem ela namora, eu poderia eliminar facilmente, juntamente com meu charme e nossa conexão, facilmente à teria, mas se ela não gosta de pau, aí complica.

Obrigo a gostar? Porra sei que não funciona assim.

Todas as mulheres para mim só servem para uma coisa, mas ela e minha irmã são exceção, gosto da companhia delas. Se bem que Summer me irrita com sua teimosia, mas Aquira não, ela é boa. Mas não facilita.

Silênt nigth Where stories live. Discover now