9° Distrito

Dia 2: 003

POV – 003: Nunca meu coração tinha batido tão forte, eu não sabia o que fazer direito e o pensamento de ter que fechar a porta sem eles voltarem acabava comigo, tanto que desejai nunca ter interferido na vida deles, na verdade, comecei a me culpar . Mas tudo ficou bem no final, Stay salvou a vida do 020 e 025 salvou a vida do Stay. Quando os vi dentro de casa parecia que uma pedra tinha sido tirada de cima dos meus pulmões nem imaginava o quanto senti por eles... todos eles agora.

Eu agora estava seguindo as instruções da Stay, cuidando do ferimento de 020, que eu nem consegui entender direito como aconteceu. Ele estava de bruços, deitado na cama dele, sem a camisa e com o cabelo amarrado, de onde ele tirou esse estilo novo eu não sei, mas entendo porque fui designado para essa tarefa.

- Por que o saco de gelo? – ele fala com a cara toda amassada quase indecifrável, parece chateado ou irritado – por que só não deixa a pomada mesmo?

- Fique disse que é pra evitar uma cicatriz, já que é de queimadura – eu disse enquanto colocava mais uma toalha entre a ferida e o saco de gelo, que privilégio ter gelo se pensar bem – como se machucou? Não me disse.

- Então, sobre isso... – ele ficou diferente, tenso, e me contou sobre o que tinha acontecido com um nó na garganta, como se eu fosse rejeitado-lo depois de saber que ele é amado pelos fantasmas.

- Então é bom tomar cuidado na próxima vez. Não sai sozinho, mesmo que não seja eclipse, tá sério lá fora. Falando nisso Fique avisando a todos que vamos ficar trancados aqui um tempo... lá fora estamos rodeados por tipos 3, parece um apocalipse zumbi... – aqui isso ele quis se levantar e olhar mas eu realoquei ele la de novo e coloquei o gelo que tinha saído do lugar – você vai ficar aí o dia todo tá...

Ele murmurou e resmungou um pouco enquanto eu saia do quarto, limpando as mãos e as mãos o kit de primeiros socorros no pulso. Vi Fica passando com o braço enfaixado, eu já tinha visto, mas não reparado. Ela parecia indo na direção do quarto dela. Segurei ela pelo outro braço e então ela olhou pra mim, com olhos de cachorro, calma, vulnerável nem parecia a garota mesma de pouco tempo. Eu gosto dessa Stay.

- Obrigado por salvar a vida do 020... – eu disse quase sem pensar, depois que eu ouvi fiquei com um pouco de vergonha, senti minhas orelhas esquentarem. Ela sorriu e assentiu devagar, como se tivesse percebido, eu espero que não.

- De nada, líder. Obrigado por salvar a todos. – as palavras dela me pegaram, fiquei surpreso e nem consegui esconder. Ela acha que eu salvei todos? Meus olhos ficaram mais abertos e eu fiquei pensando naquilo, ela cumpriu como geralmente fazia só com a cabeça e contínua sua rota. Eu fui meio bobo, mas palavras por mais simples que sejam, são importantes, e talvez o que mais importa.

Passamos o dia juntos, Stay ficou a maior parte dele no quarto e só saiu para jantar. E quando parecia mesmo uma pessoa diferente, falava sem culpa e sem recebimento. Isso só me lembrava uma frase, que não sei quem, quando ou em que me contexto disse, "a quase morte aproxima as pessoas." Acho que pode ser verdade.

- Stay, mas e sobre os óculos, te quis de manhã... – 014 diz e vozes são ouvidas no fundo "de novo isso..." "que óculos? Quem usa óculos?" "014 fala sempre o que pensa, é impressionante..." – eu estou curioso! – o esquentado 014 pede silêncio pra ouvir a resposta enquanto Stay observava cada um que interagia, com uma expressão leve no rosto.

- Então, respondendo, não é meu e não tem grau então relaxa... eu ainda consegui acertar seu olho de 500 metros de distância – ela diz tudo muito seria e finaliza com um sorriso estranho, ela queria assustar ele, e conseguiu, pela cara de um ratinho encurralado, os outros começam a rir e ela também, dessa vez uma risada, risada de verdade. É a primeira vez que ela ri... é bonita – era da minha irmã mais velha. Eu guardei porque ela me deu. – ela diz a resposta com muita suavidade, sabemos algo sobre ela agora.

- Fica legal de óculos – 025 fala durante uma pausa da comida. Todos nós o enfrentamos, alguns já com a cara pronta pra zoar. Ele levanta o olhar pra nós já pronto pra se defender. - That?

- Alguns dias atrás estava pronto pra matá-la, hoje acho que ela fica bem de óculos – disse 014 com as costas dos dedos trançados das duas mãos, solicitadas de apoio para o queixo, isso nos rendeu boas risadas, ate do 025. 014 é exatamente como nos meus sonhos.

Fique claro e seguimos na direção do nosso quarto.

- Onde vai, fica? – 015.

- Vou ligar para o 020, ou ele perde a comida. – eu levanto quase que imediatamente e dou uma corridinha até ela.

- Eu chamo, posso se sentar, ficar tranquilo... – eu digo imaginando o momento de constrangimento seria se ele tivesse pegado no sono.

- Não preciso que eu esteja bem aqui. – eu virei e dei de cara com uma cara ainda mais mal humorada do que a de antes. As pupilas quase sumindo nas folgas de cima. Até que ele dava um pouco de medo nessas horas. Ele colocou o saco de gelo, que ele segurava, novamente na geladeira. E todos nos sentamos.

-Tudo bem 020? – Fique dito, ele assentiu e concedeu aquele jeito meio sarcástico com a bochecha cheia e nós achamos engraçado. – por isso, temos que treinar vocês...

- Como é? – 014 levou pro coração.

- É... treinado... – ela fala olhando fixo pra ele e ele pra ela, ambos incrédulos com a fala um do outro – primeiro os marombas vão falar o que devem fazer pra fortalecer os músculos... – nessa eu e 011 nos olhamos, ambos com a cara de "não sabemos" – depois do treino de defesa fica comigo...

- E você não vai treinar? – 008 pergunta muito inocentemente, pra respondê-lo ela apenas levanta o mangá da camisa. Como pensamos desde o início, cada um consigo mesmo, ela era a mesma mulher forte. Não poderia evitar gritar com ela, mas fez isso ela rir.

- Vou treinar quando vocês terminarem... a academia é pequena e vocês são muitos. – ela responde. Ela que estava sentada do lado do 022, olha pra cara dele e depois diz mais baixo que o normal dela (observação: Fique fala mais baixo que a maioria de nós, quase todos) – não é tão ruim...

- Pra você que é imortal... – ele respondeu e ela ri um pouquinho, ele também ri, pela vez mostrando seu sorriso pra nós, primeiro eu tentei disfarçar que estava muito feliz por aquilo, os outros também se olharam conversando com as expressões .

- Gente, lembre-se da conversa de mais cedo, vamos falar pro 020. – 008 diz. Nós assentimos e deixamos ele falar, ele estava se divertindo, como mais cedo. – estávamos pensando se nunca descobrimos nossos nomes, nós pensamos criar um pra nós, ou um apelido... qual seria nosso apelido... – 020 com as bochechas cheias mastigando parecendo até uma criança, se envolve na conversa, seus olhos aparentemente específicos e ele começa a pensar – eles disseram que meu nome seria "bebe pão" – uma corrente de risos se instala, incluindo a minha.

- É fofo vai... – implícito.

- Mas fofo não é ameaçador... eu sou o 008 do apocalipse, o difícil de pegar cara! – ele revoltado só era mais engraçado, ele também estava rindo mas dava pra ver a seriedade que ele queria passar. - eo 003 disse, o que?

- Ryan. – eu digo sério.

- Nem combina com você... – Fique fala entrando na brincadeira e quebra minha cara sério.

- Acho que combina com ele Park 97... – 022 diz acabando comigo, de todos os jeitos, formas, foi malvado. Mas todo mundo riu, até a Fique que nem sei se sabe quem é. – e dissemos que 014 pode ser esquilo... – 014 que estava rindo da minha cara, para de rir instantaneamente. O que foi bem engraçado.

- Ei, esquilo não... – e as risadas seguintes – esquilo não atrás retorna pra um apelido de apocalipse... queixo atrás – era o apelido que falamos pro 011 que olhou pra ele apontando como se avisasse que não era pra colocar ele nessa. Ele é meio tímido parando de falar apenas murmurando algumas coisas sem jeito.

- E bebe pão dá?! – 008 levanta-se indignado o que nos rendeu mais muitas risadas, parecia que ele estava guardando pra contra-atacar a qualquer momento.

Assim terminamos a noite, nos divertimos muito hoje, tanto que até esquecemos tudo o que nos preocupava ou que nos incomodava naquele mesmo dia, por um tempo estávamos todos ali como se o mundo estivesse bem e nós estivéssemos apenas aproveitando a vida.