9° Distrito

Pos escape: o mal do mundo.

POV – 025: Eu estava lá dentro, me sentia seguro mesmo na presença da mulher que ia me matar momentos atrás, e remoía o fato de eu ter levantado as mãos, que vergonha...
Vamos esquecer isso por um momento, eu estava olhando em volta querendo muito saber o que tinha mais a dentro, mas era como entrar na casa de alguém super rico.

- Obrigado... em nome de todos no grupo agradeço pela ajuda... – 003 disse a ela enquanto ela descia as escadas tirando dois dos casacos que ela vestia.

- Não se precipite. Estão aqui para pagar uma dívida. – ela olhava friamente para ele, confesso que era corajosa. 003 da medo em todos nós lá no fundo. Quando vimos os braços expostos delas todos nós ficamos sem graça, ela estava cheia de cicatrizes em toda parte. Desviamos o olhar. – Mas... enquanto não me pagam, querem tomar banho? Imagino que há um tempo que não tomem.

Ela saiu caminhando para dentro do bunker, e quase que sincronizadamente, nós cheiramos a nós mesmos. Seguindo ela, chegamos a um banheiro compartilhado com oito chuveiros exatamente. Entramos lá e alguns de nós ficou mais animado que os outros. 003 olhava para ela esperando alguma coisa. Ela deu um soquinho em um guarda-roupas embutido e saiu, fechando a porta.
Alguns de nós, os mais lentos estavam apenas empolgados, mas 003 e eu trocávamos olhares, como uma mistura de preocupação e curiosidade. Ela estava certa quanto a confiar em pessoas em um apocalipse, e ela tinha um jeito muito difícil de entender e não sabíamos nada sobre ela. Mesmo assim tomamos nosso banho, e vestimos roupas limpas, estávamos mais relaxados depois do banho, 003 era o único que não abaixava nem um pouco a guarda. Saímos do banheiro e fomos procurar ela naquela mansão subterrânea, não é muito bom perdemos ela de vista, ela tentou me matar hoje...

- Procurem por ai, eu vou jogar as minhas roupas lá fora. – ele diz indo para a porta em que entramos, provavelmente ia colocar naquelas latas de lixo que vimos mais cedo. – como abre essa porta...? – ele disse enquanto tentava achar um jeito. Eu por algum motivo fiquei lá assistindo.

O que eu vi parecia mentira, ela acha que tá fazendo um filme? Que tá num livro?
Enquanto o pobre 003 tentava achar uma abertura uma shuriken veio rodando de não se sabe onde e foi acertada bem do lado da porta, no marco de metal, onde ela caiu, pelo visto aquilo não é qualquer metal. Só sei que ele assustou o suficiente para se afastar da porta e quase sair caindo escada a baixo. Olhamos para de onde tinha vindo e ela estava la de pé encima do sofá, respirando fundo.

- 003! – ela gritou a primeira vez. – não nos mate, por favor. Essa porta só se abre por volta das 7h da manhã...

Quando a adrenalina dele abaixou e ela sentou no sofá novamente começamos a nos aproximar. Com pouco tempo estávamos todos sentados na sala, ela fazia um curativo no próprio pulso, enquanto nós a observávamos, eu sei que parecia mais que tínhamos algum preconceito ou que nos estávamos olhando um animal selvagem, mas a verdade é que ela nos deixava muito curiosos. Ela no inicio quando nos conheceu estava em modo de defesa, parecia que quem tentasse encostar nela iria acabar sem a mão, agora parece que ela confia na gente, como se nos conhecesse a anos, baixou a guarda. Se quiséssemos matar ela e ficar com o bunker poderíamos... mas não vamos fazer isso, eu só quero demonstrar o que parece.
Ela quebra o silêncio.

- Onde está o cabeludo? – Ela levanta o olhar e passa os olhos em nós, parando no 022. – Vem. – diz e bate no sofá do lado dela. Ela era muito seria, mas as atitudes dela nem tanto. Ele foi.

Ela levantou a manga dele e achou o corte, era quase como um arranhão grande, não tinha tanto problema, não sabíamos pra que o drama. Ela começou a fazer o curativo. Ela falava tão pouco quanto ele, na verdade, mesmo assim ele decidiu falar.

- Qual seu nome? – 022 perguntou enquanto ela fazia o curativo. Como resposta ela olhou para ele sem que ele esperasse, o coitado ficou sem jeito e olhou para outro lado.