Dia 19: N° 003

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POV - 003: Eu tinha acabado de dar o sinal ao 014, que significava que todos os meus movimentos contavam.
Sai de lá o quão rápido pude para ver o chefinho, direto na sala dele.

– Olá, chefe me chamou? – chego.

– Não chamei, porque está aqui? – Park 97.

– Chefe... o senhor me chamou sim... – usei da fraqueza que descobri esses dias, sua memória debilitada.

– Chamei? Eu devo ter me distraído, acontece com aqueles que estão estressados... – levando a mão na cabeça e apoiando, como se realmente estivesse cansado.

– Deve estar sobrecarregado. Quer que eu busque uma água?

– Seria bom... meu preferido sempre sabe como me agradar. Sem gás por favor. – ele diz e eu vou buscar a água. – então deve ter vindo para me devolver o 011? Aquele homem tão útil só em uma colheita simples não parece justo.

– Na verdade 011 ainda está debilitado. Como não há espaço para parar de trabalhar, sua lesão não se cura facilmente. – digo servindo a água, apenas pouca dela. Confiro se o molho de chaves está onde deve estar, e está exatamente onde imaginei. Pendurada encima da mesinha de canto.

– Entendo... ele poderia trabalhar na mecânica, como você fez um tempo atrás, ambos tem porte para o trabalho.

– Seria bom se fosse possível.

Enquanto ele bebe a água, deixo a garrafa na mesa um tanto forte demais, que faz a água cair no chão.

– Desculpe por isso, eu limpo... – digo buscando um pano para limpar o chão, aproveitando para pegar o molho de chaves enquanto ele bebia a água, e colocar por dentro do pano para que ela não faça barulho.

– Mais cuidado! Um líder desastrado é inútil. – com uma respirada funda, ele me olha de cima a baixo – vá trabalhar ande... cuidar da sua equipe.

– Sim senhor. – saindo.

– Espere...

– Sim?

– A água. Coloque de volta na geladeira...

– Sim. – voltando pego a garrafa, a coloco na geladeira tirando a garrafa com gás, a maior que tinha, já encaixando no meio do pano.

Coloco no carrinho e o pano vira o esconderijo das nossas passagens de saída. Quando coloco, as chaves fazem um barulho ao cair no carrinho. "Não entre em pânico." foi o que pensei. Me viro lentamente e com uma reverência saio. O plano deu extremamente certo. Ele não percebeu.
Usar a falta de foco de Park 97 é eficaz e passamos para a segunda parte do plano.

Saindo dali levo o carrinho diretamente pra mecânica, seria difícil mas estou confiante com meu plano.

– Você aqui de novo líder do 8... o que foi? – pergunta o mecânico principal.

– Ah vim porque estava precisando fazer um último conserto no meu carrinho... vocês fecham mais cedo hoje?

– Pois é, como toda semana... mas esperamos por você.

– Não... não vai precisar, ele deixou as chaves comigo, pensei que poderia haver um desencontro e me adiantei, não se preocupem com isso.

– Ok. Vamos para a cozinha então, obrigado 003. – com uma referência todos saem. A confiança que conquistei com trabalho duro, me foi útil no fim das contas.

Eu entrei e deixei a garrafa junto com a caixa de ferramentas, escondida, atrás da perna de uma mesa.
Saindo dali com o carrinho e as chaves. depois de um tempo. Quando já havia trancado a mecânica, fui diretamente para a parte mais delicada do plano, já estava escurecendo e eu não tinha mais tanto tempo.
Primeiro passei no quarto e escrevi os 8 bilhetes idênticos. Escondi eles em um lugar na minha roupa.
Segui a risca a minha única oportunidade de pegar as roupas de todos eles. A verdade era que aproveitei da lerdesa do chefe da outra vez, descobrindo os horários das câmeras e onde ficam as coisas dos "resgatados". Agora precisaria ser muito convincente.
Fui direto para a sala onde essas preciosas coisas estão, e onde tem uma pessoa guardando a porta.
Havia treinado muito muito para isso.

Eu fui até a cozinha onde ninguém via, onde ninguém estava porque ainda não era hora do jantar. Os mecânicos ainda não tinham chegado, geralmente vão para os seus respectivos quartos antes, para se lavar.
Esperei a câmera desligar como havia cronometrado, e subi rapidamente na mesa, onde eu acendi um fósforo da própria cozinha, esperei os extintores funcionarem e sai de lá antes da câmera se ligar de novo, sai da cozinha antes de ficar molhado mesmo e corri para a porta onde o guarda estava, que ficava ali do lado. apenas na cozinha estava funcionando o extintor, é algo que eles explicam quando viramos líderes é para que não aja desespero em outros setores e manter a ordem. se o fogo se espalhar outros extintores ligaram automaticamente... usei isso a meu favor.

– Por favor! Eu estava entrando na cozinha e começou a chover sobre mim, será que pode averiguar? – digo àquele guarda que imediatamente corre. Quem não corre por fogo?

Entro com o molho de chaves que tenho nas mãos e pego as coisas deles, e as minhas. Não valeria a pena se fugissemos e deixássemos tudo aqui.
Eu coloquei tudo no carrinho por baixo de panos. Que eu diria que são pelos que usei pra enxugar o chão da cozinha. voltei para a cozinha com o carrinho. Até não ser mais suspeito a minha saída.

– Foi um alarme falso, pode seguir seu trabalho. Eu averiguei. – diz o guarda voltando todo molhado depois de desligar os extintores.

– Menos mal. Obrigado por sua ajuda. – reverencio.

Saio dali empurrando o carrinho, já seco porque não tinha me molhado muito. Pego as vitaminas dos meninos e pego os papéis na mão esquerda.

Chego no setor estavam todos tensos em fila.
Entrego o que tenho que entregar e de lá já estou a caminho do ônibus, onde jogo todas as roupas. Volto com o carrinho e o deixo jogado. Não era hora de se preocupar em ser pego, era tarde e precisávamos agir rápido. Enquanto a incompetência de alguém nos deixar.

Corro para a mecânica, quase não consigo achar a chave certa porque meu nervosismo me fazia tremer.

"Você é o líder. Tem que se conter" foi o que eu pensei e me ajudou.

Eu peguei a garrafa e a caixa de ferramentas e me encontrei com eles.
Quando chegamos ao ônibus e eles estavam se trocando eu fui até a frente dele onde abri o capo. Eu encaixei dois pregadores de condução de eletricidade no motor porque precisaria esquentar.
a outra ponta tinham duas máquinas de solda de alta potência, para soldar pedaços grandes de ferro.

025 sentou-se ao volante e olhou para mim.
Eu pedi que ele ligasse o motor do ônibus, foi o que ele fez.
enquanto eu já com uma das luvas segurava as duas pontas da solda.
022 se aproximou já trocado e me perguntou o que era pra fazer. Mandei que colocasse a outra luva e pegasse uma das pontas da solda.

Então meu plano era cada um ficar de uma ponta do vidro esquentando ele com o aparelho que eu fiz, depois jogar a água pra que ele se rachasse e conseguíssemos passar. Foi isso que fizemos.
Deu tudo certo. Apesar de quando jogar a água, quando o vidro trincou um pequeno pedaço ter voado rapidamente e cortado o braço dele.

– Tudo bem? – perguntei preocupado.

– Sim. Eu estou bem. Foi de raspão.

Depois de conferir subimos no ônibus. Enquanto eu trocava minha roupa disse:

– 025, pisa firme no acelerador e vamos atravessar. – ele nem se quer questionou, eu sentei rápido, meio vestido meio trocado enquanto atravessavamos uma redoma de vidro espesso com um ônibus simples...

Funcionou. Estávamos livres.


9° DistritoWhere stories live. Discover now