Dia 8: N° 014

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POV - 014: Eu não sei como me pegaram, não lembro nem do meu nome. Só sei que tentaram me apagar com um sonífero, e tem mais de horas que eu estou dentro de um carro amarrado, na companhia de 5 homens desmaiados.

Eu tentei reconhecer eles, mas não consegui. Eu realmente tive minhas memórias roubadas, ou talvez fosse um acidente, não sei. A única coisa de que tenho quase certeza é que estamos no meio de um Apocalipse.

Por alguma razão, eu conheço o barulho de ossos se quebrando, e esse carro onde estávamos tinha "quebra-molas" diferenciados. Sem contar o silêncio do lado de fora. Não existem outros carros ou pedestres, nem animais eu consegui ouvir, nada. Só uma estrada vazia e seca. turbulenta de quebra-molas.

Eu estava morrendo de medo, me sentia uma criança ou adolescente, não só estava assustado como paranoico. Nada podia fazer barulho do lado de fora daquele carro que eu dava um pulo. Também, eu do passado, só podia ser um idiota mesmo, deixar ser levado por uns dois caras, que raiva.

Pelo que eu vejo devo estar no meu país mesmo, já que todos naquele carro eram asiáticos, todos homens e mais ou menos na mesma faixa etária. O carro tinha algumas palavras em hangul gravadas nas paredes, sabia que era a Coreia. Será que somos soldados recrutados? Não saberia nem supor, não lembro nem meu nome... Será que somos reféns do norte? Não conseguia ouvir movimento além do carro. E como estou sem nenhuma memória?

Eu tentei não ficar desesperado, já que isso não seria bom de qualquer maneira. Como eu era o único ali acordado e um dos únicos sem venda, achava melhor fingir que não estou acordado quando for a hora certa. Ao passar por um túnel, as tatuagens em nossos tornozelos acenderam e eu me assustei. Foi aí que eu descobri que era o número 014. Eu só precisava fazer tudo certo e me concentrar para não me desesperar. Estava tudo sob controle.

Chegamos no que eles chamam de Nono Distrito, disseram que é tudo que sobrou, mas não posso evitar pensar sobre o que aconteceu com os últimos oito. Park 97 também não parece tão confiável. Fui diretamente direcionado a uma sala com um homem baixinho, era o número 013, me fazia pensar se tínhamos alguma relação, já que eu era o próximo número depois dele.

- Bem-vindos ao Nono Distrito, eu sou o líder da equipe 12 e estou aqui para recrutar alguns de vocês. Vão precisar me obedecer e trabalhar com dedicação, corpo mole aqui não sobrevive, entendidos?

Fazemos a reverência em sinal de respeito, mesmo que eu ainda não consiga confiar em ninguém nesse lugar, e o respeito vem com a confiança. Então, para minha surpresa, nessa terra de pessoas que seguem tão a risca os protocolos e regras que andam todos com a mesma distância de passos, chega um homem correndo na nossa sala. Ele parecia assustador, mas ao mesmo tempo nem tão ruim assim.

- 013! Chegaram os novatos? - disse o homem ofegante.

Ele olhou diretamente pra mim. Parecia que já sabia que eu estaria ali. Achei no mínimo curioso.

- Número 003? O que pensa que está fazendo? - desconfiado, 013 repreende o tal do 003.

- Vim recrutar um deles para minha equipe.

- Se não me engano você recrutou dois para sua equipe a uma semana... - dessas regras ainda não entendo nada.

- É, a equipe 8 está precisando de pessoas, eu devo recrutar só mais dois e finalizar. - ele não parecia ser convincente e o 013 deixava isso bem claro com sua expressão.

- Alguém específico? - ele aponta para nós.

- Hum, não... devo escolher... - ele passava os olhos em todos nós, enquanto eu tinha quase certeza que seria escolhido, mas o porquê? Isso eu não fazia ideia.

9° DistritoWhere stories live. Discover now