Capítulo 30

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                Amélia Ferrari

Passa uma semana e Renzo e eu estamos, sei lá como chamar isso. Basicamente, ficamos juntos todas as noites como um casal. Durmo no quarto dele todos os dias. Estou vendo um lado muito gentil dele esses dias, como se fosse outra pessoa, e até os funcionários dele estão percebendo essa mudança. Apesar de ainda termos algumas discussõezinhas, ele logo resolve me beijando e fazendo com que eu me torne dele, é como se toda a raiva se dissipasse. Nos entendemos muito bem na cama, estamos viciados um no outro, o que nos faz não querer desgrudar um do outro, mas ainda não sei o que isso significa para nós dois. Somos um casal ou não? Isso ele não deixa claro e também não pergunto, porque não faço ideia se ele possui sentimentos por mim que vão além do desejo. Estou me apegando a ele pelos seus beijos, pelo seu corpo que me faz enlouquecer, mas não quero ser apenas mais uma das mulheres com quem ele fica. Não quero que ele me beije e me faça dele, para depois ficar com outra. Mas não quero pensar nisso agora, não quando ele mudou tanto.

— Linda — ele sussurra em meu ouvido, me abraçando por trás. Estamos na cozinha e estou preparando um café para mim. Me viro para ele com um sorriso, deixando a xícara de café no balcão. Renzo sela nossos lábios rapidamente e rouba o meu café, tomando-o.

— Ei, esse era o meu — protesto com as sobrancelhas erguidas.

— Isso está bom — ele ri e me rouba um beijo, depois anda até a mesa e se acomoda na cadeira.

Estamos nos entendendo muito bem, só espero que isso não acabe tão rápido ou simplesmente não acabe.

O celular de Renzo toca e eu observo enquanto ele atende. Logo, sua expressão fica fechada.

— O que você quer? — diz para seja lá quem esteja na linha.

— Quer que eu vá com você ao ultrassom?

Giulia, a mulher que tem tanta convicção de que está esperando um filho dele, me deixa tensa ao pensar na possibilidade de os dois realmente terem um filho juntos. Mas se Renzo engravidou essa mulher, ele tem que assumir a responsabilidade como pai. Mesmo que isso seja estranho para mim, já que Renzo fez esse filho antes de casar comigo, não consigo deixar de me sentir idiota por estar com ele.

Renzo me lança um olhar avaliando minha reação, mas meu rosto está indescritível. Encosto meu corpo contra o balcão e dou de ombros. Ele deveria ir nesse ultrassom, não é? Pelas contas, acho que ela já está com 3 meses de gestação.

— Logo depois desse ultrassom, vamos fazer o teste de DNA. Já se passaram 3 meses, então nem tente fugir — ele encerra a ligação e vem até mim, enfiando o celular no bolso da calça.

— Vou ter que ir com ela ao médico e convencê-la a fazer o teste de DNA hoje mesmo — explica, observando novamente minha reação. Dizer que não estou com ciúmes seria mentira, porque ele vai estar com essa mulher sozinho. Sinceramente, não confio em Renzo a ponto de achar que ele morre de amores por mim e não vai ficar com ela de novo.

— Posso ir com você? — pergunto seriamente. Ele parece surpreso com meu pedido, lambe os lábios pensativo.

— Tem certeza que quer ir? — questiona.

— Sim, desse jeito fica claro que você só está indo lá para fazer o ultrassom e o teste de DNA — ele assente.

— Tudo bem então...

Chegamos à clínica particular e logo avisto a mesma mulher que vi nos noticiários meses atrás, ao vivo e a cores, na minha frente. Pele morena, cabelo cacheado e um corpo excepcional, com uma barriguinha pequena e arredondada, mostrando que está realmente grávida.

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