Renzo Santoro
Seis meses depois
— O vestido não cabe em mim, minha barriga está grande demais! — Observo sua barriga redonda de 6 meses de gestação, realmente está enorme e o vestido parece apertado em seu corpo.
— Parece uma melancia — zombo, Natalie me lança um olhar ameaçador, estou descobrindo que mulheres grávidas ficam mais bravas sem razão aparente. Minha irmã descobriu a gravidez logo após o meu acidente e disse que já se sentia enjoando alguns dias, então fez o teste e o resultado foi que vou ter um sobrinho.
Hoje vai ser o grande casamento, as costureiras tentam afrouxar um pouco o vestido para não ficar apertado, vim vê-la para ver se estava tudo bem e ela está melhor que o Diego, que está literalmente passando mal no outro quarto de tão ansioso.
— Eu só não te estrangulo porque tenho que ficar arrumada logo — rebate bufando e volta a se olhar no espelho à sua frente.
— Você está linda, Natalie, e não parece uma melancia — Amélia a defende semicerrando os olhos para mim. Ela está muito mais linda do que já é, veste um vestido vermelho delicado que se acentua bem ao seu corpo, o cabelo está com leves ondas jogando ao ombro e uma maquiagem leve no rosto. É a verdadeira perfeição.
Engulo em seco, a secando com os olhos, ela arqueia a sobrancelha e cruza os braços. Por um momento, imagino-a assim em um vestido de noiva em um casamento de verdade, planejado por nós dois; seria perfeito ver ela entrar de noiva e nós lá, porque queremos, não por imposição dos nossos pais. Mas se não fosse esse casamento forçado, eu não a teria encontrado e não estaríamos juntos, nada na minha vida teria mudado. Amélia chegou para mudar tudo em mim. Eu nunca fui tão feliz, igual estou agora.
Depois de tudo que aconteceu cortei os laços com o meu pai, saí da empresa e agora estou montando a minha própria. Cancelei o contrato de casamento e me separei de Amélia para que não tivesse nada desse vínculo na empresa. Como queremos recomeçar do zero, achamos melhor o divórcio, não que a gente não esteja juntos. Estamos sim, mas não queremos que o nosso casamento seja um acordo de contrato. Desse jeito, finalmente estou liberto de qualquer influência do meu pai, que inclusive, desde que deixei a empresa, não procurou. Já faz uns 5 meses desde então e vamos nos ver hoje, por causa do casamento de Natalie.
Natalie está no cargo de CEO, apesar de implorar para voltar todos os dias. Eu tô bem assim, finalmente me sinto realmente bem comigo mesmo.
— Você está sendo gentil — resmunga Natalie, as costureiras terminam de arrumá-la e ela está linda. Fico pensando em como ela cresceu, antes era só uma garotinha que se agarrava a mim sempre que tinha medo de algo, agora já é uma completa adulta. Está casando, vai ter um bebê, vai formar uma família incrível. Fico feliz por isso, por participar dessa fase da minha irmãzinha.
Sorrio orgulhoso e a puxo para um abraço gentil.
— Tá linda, maninha. Eu quero que seja muito feliz sempre — digo, beijo o topo de sua cabeça e a solto. Ela me olha de olhos marejados; outro ponto: grávidas choram o tempo todo ou só a minha irmã? Qualquer coisa, por mais simples que for, ela já está emotiva.
— Obrigada... eu amo você — ela chora de novo, passo a mão no seu rosto limpando as lágrimas.
— Para com isso, vai estragar a maquiagem desse rosto feio seu — ela fez uma careta exergando as lágrimas.
— Eu errei. Eu devia ter te estrangulado minutos atrás — diz, querendo parecer séria, mas ri. Reviro os olhos.
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Uma Aliança De Contrato
RomanceAmélia Ferrari acaba de voltar do internato de Londres depois de 3 anos. Ela só não imaginava que esse tempo fora viria cheio de surpresas, começando com algumas notícias sobre sua família circulando pelo país e a decadência da empresa da família. N...