Capítulo 17

639 32 1
                                    

                   Renzo Santoro

— Eu vou fazer isso, Renzo, mas porque eu quero fazer — diz com a voz inexpressiva, concordando em trabalhar na minha empresa.

Ainda estou sem acreditar que Amélia estava trabalhando como garçonete à noite. Isso é um absurdo. Quando pedi ao investigador que estava de olho em Giulia para seguir Amélia e descobrir para onde ela estava indo todas as noites, cheguei a cogitar que ela estava tendo um caso e por isso chegava tão tarde em casa. Pensei que ela estava me traindo, não que eu tenha muita moral para falar de fidelidade, mas não achava que ela fosse capaz de fazer algo assim tão descaradamente. Por isso, pedi para o investigador segui-la e me informar onde ela estava quando cheguei da empresa e ela não estava no apartamento novamente.

— Você não vai se arrepender — afirmo. Ela ainda parece assustada com o ocorrido do homem seguindo-a, suas mãos ainda tremem e ela está muito inquieta.

Pego o meu celular e mando uma mensagem para o investigador procurar o homem que estava atrás dela, com as descrições que me lembro de quando o vi seguindo-a. Ela teve sorte que eu estava por perto, sabe-se lá o que poderia ter acontecido. De qualquer forma, irei fazer esse homem pagar na cadeia.

— Eu vou encontrar o cara que te seguiu — digo, no intuito de acalmá-la.

Ela apenas me dá um olhar breve, mordendo os lábios.

Da última vez que nos falamos, sei que fui um pouco duro com ela. Eu estava com raiva e com muitas coisas na cabeça, e não deveria ter sido tão grosso nas palavras. No entanto, nunca irei admitir isso para ela ou para ninguém. Mas espero que possamos esquecer isso por um momento, pois a segurança dela no momento é mais importante do que o meu orgulho.

Ligo o carro novamente e traço o caminho até o apartamento. Entramos no apartamento e deixo-a descansar. Hoje já deu de discussão. Antes de entrar no quarto, ela se vira e diz:

— Obrigada por me ajudar — e entra no quarto.

Como não poderia ajudá-la? Que tipo de monstro eu seria se não o fizesse?

No outro dia, chego na empresa e peço ao meu assistente para chamar a Lara, a diretora jurídica da empresa. Meu assistente me disse que nesse departamento estão precisando de um assistente, então vou pedir para que a Lara receba a Amélia nesse setor.

Ela abre a porta e sorri assim que me vê. Lara e eu tivemos algo no passado, não era um namoro sério, mas ficamos juntos por um tempo. Eu não gostava do jeito que ela era pegajosa e ciumenta com qualquer mulher que chegava perto de mim, como se tivéssemos algo sério. Sempre deixei claro que não queria nada sério com ninguém, mas ela não entendia. Então terminei o que tínhamos, mas às vezes a gente dava uns deslizes.

— O Vinicius disse que queria falar comigo... — ela senta na cadeira à minha frente. Coloco as minhas mãos sobre a mesa, observando-a.

— Sim, eu soube que você está precisando de um assistente — começo, confusa ela balança a cabeça, concordando.

— Sim, mas a parte de recursos humanos já está cuidando de trazer um novo assistente para mim.

— Não precisa mais, quero que coloque a Amélia como sua assistente. Ela vai trabalhar aqui. Seu departamento é o único que está precisando de alguém no momento, então ela é perfeita.

Ela ergue a sobrancelha.

— Ela sabe fazer alguma coisa, pelo menos? As pessoas com quem trabalho são profissionais e têm estudos elevados, não uma garotinha que mal sabe para que serve alguma coisa aqui.

— Qual é, Lara? Você pode ajudá-la a se tornar uma boa profissional. Ela é esforçada e é a minha esposa, só para lembrá-la.

Ela se levanta suspirando.

— Se você está pedindo, posso fazer esse sacrifício — diz de forma exagerada e se aproxima, ficando atrás de mim. Seus braços ficam então em volta do meu pescoço, seus dedos acariciam meu rosto.

— Vou fazer isso por você — sussurra em meu ouvido. Os fios escuros do cabelo caem em meu rosto, e ela tenta me beijar nos lábios. Eu viro o rosto, pigarreando, tentando afastá-la de mim.

— Obrigado, Lara. Pode ir — ela me olha confusa com a rejeição, mas se recompõe e põe um sorriso no rosto novamente.

— Ao seu dispor, querido — ela sai do escritório.

Pego meu celular em cima da mesa e percebo que há uma mensagem de Paolo dizendo que o cara que seguiu Amélia foi preso e que o homem já tinha assaltado outras pessoas antes. Fico aliviado com isso, não quero que Amélia se sinta mal ao sair na rua novamente. Não quero que ninguém a machuque e irei fazer o que estiver ao meu alcance para que nada aconteça com ela.

Outra mensagem chega.

"Também descobri que o apartamento que Giulia frequenta está no nome de Leonardo Conti."

Leonardo Conti? Esse é o meu pior rival e inimigo. Nós nos odiamos porque sempre disputamos o topo do ranking da empresa número um no ramo da arquitetura, e eu sempre estou em primeiro lugar e ele em segundo. Esse homem sempre tenta me sabotar quando pode, e é óbvio que também está aliado com Giulia para me destruir. Só que essas peças ainda não se encaixam, por que Giulia se exporia tanto assim com essa história de ter um filho comigo? Deve ter outra carta na manga, só não sei qual ainda. Tenho que pensar no que vou fazer daqui em diante. Não posso confrontar Giulia agora, vou ver onde isso vai dar.

" me mantenha informado sobre tudo." Envio a mensagem a ele.

Vou pegar esses dois e fazê-los pagar por estarem armando contra mim, eu juro. Ninguém vai me enganar dessa forma.

Vou mandar uma mensagem para a Amélia dizendo que ela começará amanhã na empresa. Só espero que a Lara pegue leve com ela, mas duvido que a Lara seja pior do que eu. Ela vai se sair melhor nesse departamento e aprender mais.

Uma Aliança De ContratoWhere stories live. Discover now