Capítulo 2

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Renzo Santoro

Meu pai entra pela sala como sempre, sem bater na porta. Eu poderia estar agora mesmo com alguma mulher aqui dentro, por sorte não trouxe nenhuma, mas não posso dizer nada, afinal, ele é o dono da empresa e eu sou o CEO, depois que decidiu se aposentar, agora eu assumo o seu lugar. Não entendo o que ele está fazendo aqui hoje.

— Bom dia, pai, a que devo sua visita? — pergunto a ele.

— Ainda sou dono dessa empresa, se não sabe — diz ele, sentando na poltrona à minha frente.

— Não esqueço nem por um segundo disso — zombo.

— Enfim, vim aqui dizer que arrumei uma pessoa para se casar o mais rápido possível.

Quase engasgo. Esse velho só pode estar gaga ou doido de vez. Talvez sair da empresa não tenha feito bem para ele.

— O que você disse? Que eu vou me casar? — questiono, ainda incrédulo.

— Isso mesmo, um casamento de contrato. A empresa da família dessa garota está falida e somos os únicos que podem ajudar, e eu propus que, para isso acontecer, só se a filha se casar com você.

— Eu não quero me casar, tenho muito que aproveitar a minha vida e não ficar preso em um casamento — digo irritado.

Até parece que eu, Renzo Santoro, vou ficar preso a alguém, ainda mais quando nem conheço a pessoa.

Meu pai arqueia a sobrancelha, insatisfeito, e levanta da poltrona, andando até a janela de vidro que vai do chão ao teto.

— Você vai se casar com essa garota, querendo ou não. Sua fama de homem mulherengo pode afetar a empresa. Mostre que é comprometido com a nossa empresa.

— Eu não preciso me casar para isso! Eu não sou mais uma criança que o senhor faz o que quer comigo!

Meu pai se aproxima, tão calmo e sereno que me pergunto se quem está no seu corpo é ele mesmo.

— Renzo, você sempre faz o que eu mando e não vai ser diferente agora. Case-se com essa garota e divirta-se com quem quiser, só faça isso escondido para não sermos alvo de fofocas por aí.

Ranjo os dentes e cerro os punhos. Ele sabe como me tirar do sério.

— Por que o grande Ivan Santoro quer supostamente ajudar a subir outra empresa? — pergunto desconfiado. Isso é muito estranho. Meu pai não vai ajudar uma empresa só por causa de um casamento idiota.

— Você saberá quando chegar a hora.
— Eu não entendo por que tenho que me casar com essa garota, seja lá quem for.

— Porque isso será o principal foco de todos por um tempo.

— E você sempre me usa como instrumento, não é? — comento amargamente.

Meu pai dá um leve tapa no meu ombro, evitando me responder, e passa por mim indo em direção à porta. Antes de ir, ele acrescenta:

— O casamento é na próxima semana e saiba que, se recusar, as consequências virão, Renzo. E você sabe disso. — Fecha a porta e sai.

Estou irritado e furioso. Quem ele pensa que é para me dar ordens? Ainda acha que sou uma criança? Isso é o que veremos! Sou capaz de nem aparecer nesse casamento.

Minha secretária entra e deixa o café na minha mesa. Estou tão irritado que jogo a xícara no chão, quebrando-a em mil pedaços. A secretária se encolhe com medo do meu temperamento, que sempre deixo vir à tona quando estou irritado. Ela se abaixa para catar os cacos de vidro, com medo.

Minha irmã gêmea entra pela porta, me olhando com preocupação, e manda a secretária ir embora da sala. Não preciso pedir duas vezes para ela ir.

— Fique irritado, mas não desconte na coitada da secretária. — Respiro fundo, passando a mão na testa, tento me acalmar.

— Você sabia que seu pai quer me obrigar a casar? — Grunho irritado, ela me encara surpresa.

— Sério isso? O nosso pai só pode estar louco. E você vai se casar?

— Posso até fazer a vontade dele, mas isso vai custar muito caro, isso eu prometo.

— Então ele já tem a noiva? — Pergunta ela. Minha irmã é a única pessoa nesse mundo em quem confio, a única que está do meu lado.

— Sim, eu juro, Natalie, que sou capaz de não ir para esse casamento.

— Isso é tão estranho, esse casamento. Quem se casa mais com casamento forçado hoje em dia?

— Pelo jeito, o nosso pai. Faço 26 anos mês que vem, eu não deveria estar me casando e eu nem conheço essa mulher.

— Talvez se eu falar com o seu pai, ele mude de ideia. — Minha irmã tenta parecer otimista, mas ela sabe que uma palavra dada por nosso pai é uma lei que tem que se cumprir, senão as punições vêm.

— Seu pai é um grande maluco e você sabe que não vai funcionar. — A gente se refere ao nosso pai como "seu pai" quando estamos chateados com ele, e posso dizer que é quase sempre.

— Eu nem sei o que dizer, mas vamos dar um jeito nisso, irmão. — Ela se aproxima, bagunçando o meu cabelo. Suspiro, pensando no que vou fazer.

No dia seguinte, vi uma boate que sempre costumo ir. Hoje, só quero esquecer toda essa história de casamento e me divertir como sempre faço. Subo para a área VIP, reservada para clientes especiais, e peço ao garçom a bebida mais forte que tiver. Logo ele traz, e enquanto engulo a bebida que desce rasgando a garganta, observo tudo ao meu redor.

Mulheres dançando loucamente, uma delas vem até mim. Mostro meu melhor sorriso sedutor. A mulher é bonita, com um corpo excepcional, do tipo que eu gosto. Ela se senta ao meu lado com seu mini vestido e o decote enorme, as mãos enrolando o cabelo loiro enquanto se acomoda. Mas outra mulher chama minha atenção. Ela está usando um vestido azul que roda um pouco acima do joelho. Não há vulgaridade nela, nada exposto, mas mesmo assim é impossível não encará-la. Ela está na parte de baixo do bar, falando com o barman. Então, ela se vira e é quando seus olhos encontram os meus. Ela é linda, seu olhar é inocente. Nunca a vi antes, senão já a teria feito minha.

A loira ao meu lado coloca a mão no meu rosto, me puxando para ela, beijando meus lábios. Deixo leva-me por um instante e a afasto. Levanto-me do sofá chique. A loira me olha sem entender.

— Tenho que ir — afasto dela e vou em direção à outra mulher. Vou torná-la minha hoje.

Uma Aliança De ContratoWhere stories live. Discover now