Capítulo 9

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Lorenna

No caminho para o restaurante, André ficou o tempo todo, tocando meu rosto ou segurando a minha mão. Perguntou se eu morava na casa em que me buscou e até pensei em esconder, porém, achei melhor contar que era a casa da minha melhor amiga.

— A amiga que mora naquela casa é a mesma que foi com você até a boate?

Perguntou, ao virar a rua em direção ao restaurante. André me disse que o local estava bem próximo.

— A Juliana meio que era uma frequentadora assídua daquele lugar. Me explicou como tudo funcionava e na noite em que nos conhecemos eu realmente precisava do dinheiro — respirei fundo ao responder, eu não queria ter que relembrar o que fiz para salvar o traseiro da mal agradecida da minha irmã caçula.

— Eu queria conversar com você sobre a noite em que dormimos juntos, mas parece que é algo que você não deseja relembrar. Então vamos esquecer essa parte, tudo bem? Nem eu te conto o motivo de ter ido até lá e nem você relembra o que percebo que deseja esquecer.

Me respondeu, pegando minha mão e levando até os lábios, depositando um beijo que fez o meu corpo se arrepiar.

— Para mim é um assunto que não gosto de lembrar. Quem sabe um dia eu possa falar sobre ele sem o peso na consciência de que transei com um desconhecido por dinheiro.

Respondi, dando um sorriso triste e André tocou meu rosto com carinho.

— Esqueça o dinheiro e a forma que nós dois se conhecemos. Vamos fingir que estava em uma festa, encontrei uma bela mulher que me atraiu desde o momento que coloquei os olhos nela.

Diz, me deixando envergonhada com a forma que ele se refere a mim. O carro parou no estacionamento e só então percebi o lugar que ele me trouxe. Reconheço o nome do restaurante, famoso na cidade e que com certeza um prato custava metade do meu salário.

— André, tem certeza de que não vai ser problema para você, aparecendo ao meu lado em um local chique desses?

Perguntei novamente com medo de que esse sonho rosa se transforme em pesadelo na segunda-feira quando eu voltasse para a mansão.

— Não será problema, disse que está tudo sob controle — respondeu, soltando o cinto para sair do carro e indo até o lado do passageiro abrindo a porta para mim.

André me ajudou a sair, sussurrando ao meu ouvido o quanto eu estava linda com aquele vestido.

— Do jeito que você fala, me deixa até sem graça — respondi com a voz trêmula.

André me abraça pela cintura, andando assim tão próximo em direção à entrada do restaurante.

Fomos recepcionados pelo maitre, que reconheceu André, informando que a mesa reservada aguardava por nós.

— Eduardo é um antigo colega da faculdade. O projeto deste restaurante foi projetado por ele e a decoração de interiores pela esposa dele.

André me diz, enquanto seguimos até a mesa, que ficava numa parte bem discreta. A mesa posta próxima de um jardim, e a janela envidraçada mostrava toda a parte de fora.

O garçom entrega o cardápio e André pede que o rapaz volte em alguns minutos.

— Sua mãe comentou comigo, sobre a construtora e que vocês constroem, prédios e condomínios.

André afastou a cadeira para que eu sentasse, indo se acomodar na cadeira de frente para mim.

— Como meu pai se formou em engenharia civil, não projeto apenas prédios, temos toda a nossa equipe de construção. Esse ano, temos muito trabalho, já que ganhamos a licitação do governo para construção de alguns prédios para o Estado.

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