Capítulo 2

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Lorenna

Agradecia ao Carlos pela ajuda, por ter me emprestado o dinheiro que eu não tinha noção de como pagaria e por ser um ombro amigo no momento que precisei.

Juliana brigou comigo, pedindo que eu parasse de me desculpar pelos erros da minha irmã. A pirralha, nem mesmo agradeceu ao homem, quando desceu do carro. Estava me sentindo envergonhada, uma caloteira, devendo vinte mil reais para um homem que conheci em uma noite. Eu parecia mesmo era uma dessas mocinhas de livros de romance, que se ferra e logo consegue encontrar a solução dos problemas.

— Amiga é o seguinte, por mim você arrastava a cara daquele projeto de gente no asfalto. Porém, a tia Carmem te mataria e de quebra me mataria também. Então faz o seguinte? Não deixe que as ofensas que aquela palhaça vai fazer hoje a noite, ignore qualquer gracinha e tome um banho, tira a sujeira daquela delegacia do seu corpo, deite-se na sua cama e dorme o sono dos justos.

Juliana me diz e começo a rir da forma que ela me fala.

— Lorenna, te conheci hoje e concordo com a Juliana. Sobre o empréstimo, depois a gente resolve, tudo bem? Não se sinta mal por eu pagar a fiança da sua irmã. Imagina que fui um gênio da lâmpada, que apareceu essa noite e te concedeu um desejo. O dinheiro você me paga quando puder, em sei lá quantas mil parcelas. O que importa é que sua irmã tá fora da cadeia e a sua mãe não vai passar mal e nem você terá problemas ou tristeza na noite da sua formatura.

Carlos, realmente era um cara legal e amigo. Sorte da minha amiga que estava se relacionando com um homão da porra como esse.

— Obrigada por tudo vocês dois. Sem a Juliana você teria tido a pior noite da minha vida.

Respondo, me sentindo baixo astral, por ter minha noite de alegria arruinada pela mimada da minha irmã.

— Carlos se despede, desejando boa noite e avisa que vai esperar por Juliana no carro.

Fico sozinha com minha amiga, que aproveita para reforçar o que o seu ficante havia acabado de me dizer.

— O Carlos tem dinheiro, amiga. Vinte mil para ele não é nada. Confia no que eu estou te dizendo.

— Juli, mas você me disse que ele trabalhava na secretaria de saúde. Até onde sei, funcionário público ganha bem, mas tipo não tão bem para ter no banco vinte mil do nada.

Questiono e vejo um brilho diferente no olhar da minha amiga.

— Provavelmente porque ele não vive apenas do que ganha como funcionário público, sua tonta. Agora preste atenção no que vou falar. Consigo um trabalho para você no mesmo lugar que conheci o Carlos. Te garanto que vai conseguir juntar o dinheiro em pouco tempo e não se preocupa com a opinião de nada nem ninguém, tudo bem?

Só pela forma que Juliana dizia, já entendia o tipo de lugar que ela desejava me levar.

— Amiga, não sou puritana nem nada do tipo. O problema é que não tenho vocação para ser mulher da vida e você sabe disso — respondo tentando ser engraçada, porém, falho ao dizer que não queria ser uma prostituta.

— Lô, presta atenção que vou dizer para você pela última vez. O lugar que vou te levar não é um lugar de prostituição como tá pensando. Lá vamos nos divertir, você vai entreter alguns homens que podem no final da noite te dar muito mais do que poderia sonhar. Basta você ser sortuda e encontrar um bem generoso, como eu fui e encontrei o Carlos.

Me responde, como se estivesse falando algo banal.

— Amiga, eu estudei para ter um emprego decente, não formei para acabar trabalhando numa boate, bordel, ou seja, lá o nome que você dá para esse lugar.

Apenas uma NoiteWhere stories live. Discover now