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Casa.

Katherine Romanoff

Toronto.
Domingo, 07:30 AM.

O vento frio de Toronto me recebe quando eu chego ao lado de fora do aeroporto. A sensação de voltar para casa depois de 6 meses fora é a mesma sensação como se fosse anos. E isso é estranho. No meu tempo fora eu me acostumei dormindo em lugares diferentes a cada dia, me acostumei em ter que procurar por lugares que pra muitos moradores, era simples. Fique 1 mês em Londres e depois algumas semanas em Liverpool. Quando me vi perdida em Amsterdam, tomei a decisão que vinha evitando todo esse tempo.

Voltar para casa não é apenas voltar para a casa em que você cresceu, pelo menos não no meu caso. Eu sempre soube o mundo que me aguardava e por mais que eu nasci nele, eu sempre evitei a realidade. Eu só queria a diversão que isso pode oferecer, só queria o lado bom e não o lado ruim. Vou ao estacionamento, que é onde meu jaguar F-Type está estacionado. Outra coisa minha é a paixão por carros. Ele está devidamente parado na minha vaga alugada. Sua lataria brilha com a cor cinza metálica e eu chego até a sorrir com isso. Comprei o carro antes de voltar, já que eu não queria que ninguém viesse me buscar no aeroporto. Até o momento eu consegui resolver tudo o que queria pela internet, até pagar pelo valor altíssimo apenas pra deixar o carro no estacionamento do aeroporto.

Coloco minhas malas no banco de trás e logo entro no carro, saindo do estacionamento em seguida. O caminho até a mansão não é muito distante e eu não sei se é pelo horário, mas a estrada está com pouquíssimo movimento. Me acostumei tanto em viver parada no trânsito durante o tempo fora, que nem me lembrava mais da calmaria daqui. Ao me aproximar da mansão dois seguranças se afastam da entrada, já querendo saber o porquê da proximidade do meu carro. Paro o carro um pouco afastado do portão e apenas um deles vem até mim. Eu o reconheço, mas não sei seu nome. O homem me fitou com os olhos arregalados em surpresa e eu apenas assenti para ele. Com o seu sinal, os grandes portões se abrem. Acelero o carro e o segurança que ficou próximo ao portão me olha de rabo de olho.

A porta da entrada é aberta e eu vejo o meu pai saindo da mansão a minha procura e então ele olha para o meu carro, que estou estacionando. Tirei a chave da ignição e soltei meu cinto, descendo do carro. Jason sorri para mim e eu retribuo me aproximando dele, seus braços se fecham em minha volta e eu retribuo seu abraço. Não posso mentir dizendo que não senti falta dele.

— Eu estou tão feliz por te ver! — Ele diz calmamente e eu sinto suas mãos acariciando meu cabelo.

— Eu também, mas você tá me deixando sem ar. — Murmuro, ouvindo sua risada em seguida.

Ele se afasta mas continua com um sorriso no rosto, dava pra ver o brilho nos seus olhos. Fico mal por saber que o deixei com tantas saudades assim. Porém, não posso ser relevante com tudo o que aconteceu.

— Cadê os outros? — Pergunto olhando para a mansão.

— Dormindo, ninguém sabe da sua chegada. — Informou e eu assenti.

— Vamos anunciar então, chame todos para o escritório. — Digo começando a caminhar até o hall de entrada.

— Mal chegou e já tá mandando? — Jason provoca com humor, envolvendo os braços ao redor do meu ombro e dando um beijo sutil em minha testa.

Olho para os detalhes da sala da mansão bem atenta, lembrando de vários momentos, e vendo que ela continua do jeito que sempre foi. Na maioria, em tons claros. Dois sofás grandes, uma mesa de centro de madeira clara. Retratos pintados a mão, e as fotos que lembravam a infância. As escadas para o segundo andar também não tem nada de diferente.

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