Guilherme é o herdeiro da família. Milionário, mimado e japonês mestiço.
Amélia, uma mulher órfã e trabalhadora que encanta todos por onde passa, e que trabalha para os pais de Guilherme.
Uma bebida. Uma frase. Um vídeo. Um relacionamento de mentir...
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Nunca pensei que uma palavra pudesse fazer com que meu mundo parasse. Não bastava ele ter me chamado de amor absolutamente do nada, mas ele me chamava de benção. Guilherme sempre me chamou de sua benção, e eu concordei. O choque é tanto que demoro alguns minutos que mais se parecem anos para conseguir falar alguma coisa.
— Herdeiro... eu... — ele fica quieto, esperando que eu termine de falar — Eu não... não quero mais continuar com isso.
— Isso o que? — sua respiração acelera.
— Com esse fingimento. Eu não posso continuar fingindo.
— Por que? Foi pelo o que disse? Me perdoa, Kae, eu..
— Não, não foi isso, é só... É só que eu não posso continuar fingindo algo que, pra mim, virou real — sua expressão varia entre confusão e choque. — Nós dois quebramos muitas regras do nosso contrato, mas eu quebrei uma a mais que você. A de que não deveríamos nos apaixonar um pelo outro. Sei que temos data de validade e, sei que logo tudo isso vai acabar, então para me proteger eu... Eu quero acabar tudo.
Espero pela sua resposta, mas, ao invés disso, ele ri. Guilherme começa a rir, gargalhar, seu rosto chegando a cor vermelha e lágrimas caindo de seus olhos levemente repuxados.
— O que...?
— Me dá um minuto — pede ainda rindo e secando as lágrimas em vão. — Uau! —- Finalmente para de rir depois de alguns segundos. Eu estava confusa. — Se eu soubesse que era só dizer o significado da palavra para que você se declarasse pra mim, eu já teria falado antes.
— Eu não...
— Eu também queria acabar com essa farsa. Na verdade, para mim, nunca foi fingimento. — oi? — Eu sei que é impossível alguém resistir a mim, meu sorriso, meu corpo... — o olho entediada — Mas eu sempre te pertenci e, você querendo ou não, sempre me pertenceu também. Amélia, eu sou completamente louco por você.
— Você... — as palavras me fogem.
— Eu sou apaixonado por você, Kae. Desde o dia em que me bateu com seu caderno na época da escola. Por que acha que passei todos os dias da minha vida até hoje te provocando? Não podia perder uma oportunidade, pois sempre quis sua atenção. E de certa forma, eu conseguia. Não foi fácil convencer meus pais a te darem um emprego, mas seu currículo ajudou muito, eles...
— Espera, espera. Está me dizendo que você conseguiu uma vaga para mim? — ele assente. — E eu aqui achando que era pelas minhas qualidades.
— E foi por isso. Meus pais me ignoraram completamente. Pelo menos até ver suas informações. Mas o foco não é esse — ele segura minhas mãos — somos nós.
— Existe um "nós"?
— Se você quiser, sim. Não quero te pressionar a nada nem tomar seu espaço, ainda mais com toda essa bagunça acontecendo na sua vida, mas por mim, nós sempre existimos. Você é meu raio de sol, Amélia. Minha alegria, meu porto seguro. Então se você me quiser como eu te quero eu vou ser o homem mais feliz do mundo. Se não me quiser, eu te respeitarei, estarei do seu lado para tudo o que precisar, mas nunca irei te forçar a nada. Saber que você me perdoou por uma merda que eu cometi, já me faz feliz.
