Capítulo 15

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É incrível o jeito que nossa vida pode virar de cabeça para baixo

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É incrível o jeito que nossa vida pode virar de cabeça para baixo. Em uma hora. você está tranquila, na outra você está completamente agregado ao seu namorado falso por causa de um inseto.

Quando ele chegou, não tinha reparado em como ele estava, mas momentos depois, ao sentir novamente seus músculos sendo agarrados pelos meus dedos, não sabia onde me enfiar.

Agora, com toda a liberdade que Guilherme me deu e a que eu tomei outro dia, abro sua adega perto da dispensa e pego um vinho.

— Da última vez que você bebeu, a história não acabou bem — ele se encosta em um dos armários, o moletom preto que comprei há anos o abraçando e marcando todo o seu tanquinho definido.

— Minha casa foi invadida e agora estou aqui com você, não fode, herdeiro.

— Você? Claramente não. Mas vamos lembrar que você me implorou para vir comigo — bebo um longo gole da garrafa ainda o ignorando e dispensando as taças que ele pegou.

— Você ainda não me respondeu. Vou ter que falar em outra língua com a sua família?

— Eles falam um pouquinho de português, pode ficar tranquila. Ou então eles irão falar em inglês, mas nada que eu, seu namorado gostoso não possa traduzir — reviro os olhos e ele se aproxima, pegando a garrafa de minhas mãos e bebendo do mesmo jeito que eu, seus olhos castanhos fixos nos meus.

Acho que antes da metade da segunda garrafa, eu já estava ficando alterada. Sei que em algum momento ele me contou mais sobre sua família. Sobre as situações qe seu avô criava para fechar negócios, ou como fazia as travessuras na época da escola, o que eu me lembro bem. Posso ou não tê- lo derrubado a diretora quando tentou pintar a cadeira da professora para que ela se sentasse com a tinta fresca.

Mesmo estando um pouquinho alterada, ainda estava consciente do que fazia ou falava. Vê- lo falar de sua família, com um brilho nos olhos me faz pensar sobre a minha. Por que meus pais biológicos não me quiseram? Por que meus pais adotivos resolveram me abandonar sem mais nem menos, como se eles nunca tivessem me conhecido?

Mesmo estando rodeada de pessoas, às vezes, ainda me sentia sozinha. Até hoje me sinto assim em alguns momentos, então prefiro me atolar com meu trabalho e outras coisas do que ficar pensando nisso.

Levanto do chão da enorme sacada decorada com alguns vasos de plantas. Tinha alguns puffs, mas quisemos ficar no chão, conversando e observando a noite escura. Pego o controle da televisão e dou play no episódio de Naruto no qual paramos. Guilherme pode até tentar, mas eu nunca irei admitir que gostei do que ele me apresentou.

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Escrevendo o nosso amorWhere stories live. Discover now