Capítulo 22

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Eu estraguei tudo

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Eu estraguei tudo. Por causa de Thomas, tive uma crise de pânico e acabei com tudo. Ele nunca tinha agido assim comigo, e isso me incomoda muito. Já reclamei para o Rh da empresa, ele melhorou por um tempo e depois voltou a fazer o que anda fazendo. E agora eu ferrei com tudo. Guilherme está certo. Eu insisti para fazer esse contrato e eu o quebrei. Odeio me encontrar em situações assim, onde não sei o que fazer, não tenho controle da situação, eu me sinto sufocada.

- Amélia - ele me atende no primeiro toque.

- Eu... Me desculpa, tá? Tive um ataque e surtei, eu... Ainda vai rolar? - escuto seu longo suspiro.

- Tá tudo bem, Meméli, todo mundo tem o direito de querer gritar em algum momento.

- Eu não gritei com você.

- Não é isso o que o pessoal acha. Já fiquei sabendo que eles acham que você terminou comigo.

- Esse povinho fofoqueiro - resmungo. - Um segundo - tiro o celular do ouvido e coloco no viva voz quando recebo uma mensagem de um número estranho

Tô sabendo que vc tá livre.

Quando vamos sair.

Faz um tempo que venho pensando em você.

Abaixo da última mensagem ele, ela, ou quem quer que seja me envia algumas fotos. Fotos minhas. Chegando em casa, saindo do trabalho, com as minhas amigas...

- Kae? Ainda tá ai?

- S-sim, eu tô aqui - tiro um print da tela de mensagens, bloqueio e denuncio o número de telefone. - Então, herdeiro, ainda estamos fingindo?

Ele demora uns segundos para responder. Uma parte de mim torce para que sim, para que nossa farsa continue. Quem sabe eu possa ter uma chance de elevar o nível. Uma noite talvez, acho que não faz mal a ninguém. E a outra, é porque de alguma forma, eu me sinto segura com ele, não tenho medo de ser quem eu sou, de fazer as coisas que gosto de fazer.

- Sim. Ainda estamos fingindo.

Ainda estamos fingindo?

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Ainda estamos fingindo?

Minha vontade era dizer que não. Não estamos fingindo que eu quero ela para mim, mas as coisas poderiam dar errado e de novo ela "terminaria comigo". Quando ela desligou, desci para a academia do prédio, no caminho postei uma foto dela distraída assistindo Naruto. Foto que eu tirei na noite em que minha casa virou pensão. Qualquer engraçadinho que pense que Amélia está livre, está muito enganado. Ela é minha. Só não sabe ainda.

Vou para o aparelho de supino e começo meu treino. Minha cabeça anda um furacão esses dias. A festa de aniversário da NSIEP está chegando e esse ano eu quem tenho que organizar tudo. Tipo tudo mesmo. Salão, músicas, homenagens aos funcionários e o caralho a quatro. Sinceramente, eu faria um churrasco na piscina, músicas típicas que todo mundo gosta. Só que é difícil fazer o que quer e o que seria divertido quando o seu superior que além disso é da sua família quer controlar tudo e todo mundo ao seu redor.

Yuna e seus pais ainda estão no Brasil para essa festa e outros negócios da família, pelo o que eu entendi. E claro que eles vão nessa festa. Se Amélia não tivesse voltado atrás e os burburinhos chegassem ao meu avô, eu estaria mortinho agora mesmo. Não sei o que ela e minha mãe conversaram, mas sei que minha mãe me deu um esporro como se eu tivesse cometido o maior crime do mundo.

E agora que as coisas voltaram ao que era antes eu tenho que planejar as minhas jogadas para conseguir dormir com Amélia. Ainda não acredito que ela recusou meu sorrisinho perverso de sedução, mas agora ela não me escapa.

O burburinho sobre meu suposto término com Meméli cessa no instante em ue ela entra na empresa e me puxa para um beijo, que me deixa em choque total

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O burburinho sobre meu suposto término com Meméli cessa no instante em ue ela entra na empresa e me puxa para um beijo, que me deixa em choque total.

- Oi, herdeiro - sua voz soa melosa e feliz.

Por que ela me beijou assim do nada? E por que está feliz? Não reclamando, eu ficaria feliz se eu mesmo me beijasse, mas ela não é de fazer isso.

- Oi... Kae. E a cláusula que dizia sem beijos? - cochicho para ela que me olha nos olhos. Suas íris verdes brilhando intensamente.

- Hum - ela de ombros - Quem se importa, não é? Te espero hoje a noite.

- Para que exatamente? - ela sorri divertida.

- Vamos jantar hoje, herdeiro.

- Desde quando?

Desde agora que eu decidi. Sei que você anda ocupado com os preparativos para a festa e não quero te atrapalhar no seu almoço.

Em um momento ela está olhando as pessoas ao seu redor, no outro está com a boca colada na minha. Ainda surpreso, sinto sua língua macia e aveludada pedindo passagem e aceito de bom grado. Amélia me beija com vontade, como se estivesse querendo isso há tempos e como se fosse algo normal. Passo os braços pela sua cintura, puxando- a mais para mim e ela envolve meu pescoço. Caralho, esse beijo é como o do meu sonho, até mesmo melhor. Quando ela separa nossos lábios, sinto uma decepção me invadir e então lembro de onde estamos.

- Então está combinado, Kae - ela deixa um selinho em minha boca e agarra sua mão na minha, me levando ao elevador com ela.

Ela me chamou de que?

- Amélia, você sabe o que significa isso?

- Não. Não tive curiosidade de pesquisar, mas você me chama assim então ou é algo bom, ou você está me xingando. Então se for um xingamento, estarei te xingando também.

- Kae quer dizer...

- Não. Não quero saber. A curiosidade matou o gato.

- E se você estiver dizendo algo obsceno?

- Então é melhor que essa palavra obscena seja algo extremamente delicioso - seus olhos verdes se escurecem na medida que ela sorri travessa.

- Isso foi um flerte? - deixo escapar.

- Você quer que seja?

No exato momento em que a porta se abre, ela sai do elevador, não antes sem me beijar novamente. As portas se fecham e eu pisco atônito. Acho que meu sorriso de sedução funcionou, só teve um efeito mais lento. Amélia às vezes é lerda, quando quer. Uma vez disse isso para ela quando crianças e ela me bateu. E foi um tapa forte, nunca me esqueci disso, mas provocar ela sempre foi meu passatempo favorito.

Depois de resolver algumas pendências da festa, finalmente pude sair. Lucas não acreditou quando eu lhe disse que ela me beijou hoje pela manhã. Amélia iniciou um jogo onde ela vai cair e vai cair direto em meu domínio. Esse jantar é a minha vez de jogar.

Escrevendo o nosso amorWhere stories live. Discover now