Escrevo na ânsia e esperança de colmatar esta dor que me assola.
Ela encontra-se em mim e dentro de mim. Sou ela e ela sou eu.
Algo semelhante a uma simbiose. Ambos precisamos um do outro. A dor corrompe-me e ao mesmo tempo consola-me. Não é minha inimiga. Não sei se a considero amiga.
O que sei é que ela está lá, que nunca se vai embora. Também dorme, sem abandonar.
Ela perdura, mantém-se.
A verdade é que já não sei o que sou sem ela. Não sei ser sem sentir isto.
Vamos apelidá-la de dor poética.
É poesia o quanto a dor me preenche e se agarra a mim com unhas e dentes, incrustada em mim.
Poesia o quanto abomino esta dor, mas ao mesmo tempo necessito dela,
e se não a tenho, vou atrás dela.
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Ego
Non-FictionO que sou em pedaços de papel, em linhas tortas escritas por aí. A alma diz olá, o coração diz adeus. A mente acorda. Eu apenas eu, nestes textos sou eu, e se um dia deixar de ser eu, retornarei aqui, àquilo que um dia eu fui.