O sol lá fora faz-se sentir.
Abraça-me a cara.
Vejo ao fundo as preocupações e problemas que me assolam a cabeça.
Não quero ir, não quero, não quero.
Mas tenho. Tenho de enfrentar as adversidades que me aparecem à frente como se a vida fosse um simples jogo, e eu ando a passar níveis.
Talvez não seja justo, mas a justiça não pertence à vida de meros mortais, está à parte, é posta de lado. Tida apenas como algo trivial.
Estou a aproximar-me. Cada vez mais perto. As mãos começam a abanar-se como se o vento as tivesse convidado para uma bela dança. O meu corpo começa a aquecer. Ansiedade pelos poros do meu corpo. Tenho medo. É normal ter medo. O medo aquece a alma.
Estou a meros passos, tudo me passa pela cabeça, uma explosão de imagens passadas e sentimentos vividos.
Mais um passo, e outro pequeno passo, estou a escassos metros.
É tudo tão confuso, mas vejo a pequena luz ao fundo do túnel.
Corro em direcção a ela, sei exactamente aquilo que ela é.
Não é uma vida sem problemas, é sim, uma vida com problemas com que eu sei lidar. Uma vida mais simples.
Mas quanto mais corro, mais se afasta.
Talvez um dia chegue lá.
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Ego
Non-FictionO que sou em pedaços de papel, em linhas tortas escritas por aí. A alma diz olá, o coração diz adeus. A mente acorda. Eu apenas eu, nestes textos sou eu, e se um dia deixar de ser eu, retornarei aqui, àquilo que um dia eu fui.