Datas. O ser humano adora datas.
Arranjamos pretextos para festejar datas, para celebrá-las como se a nossa vida se tornasse diferente
porque lhe demos uma razão para tal.
Às vezes muda porque pensamos que tem de mudar, agimos em conformidade com a mudança sem dar por isso. É um poder que o comum mortal possui, agir em conformidade com aquilo que pretende tendo esperança que acabe por acontecer.
Às vezes não muda, ou o desejo de mudança não é forte o suficiente, ou não muda porque não tem de mudar. Não é algo que possamos forçar. Tudo acontece ao seu delicado ritmo. Forçar algo é criar uma brecha no universo pessoal que não fecha nem com remendos.
O ser humano é delicado. Esforça-se até um certo ponto, sempre com receio de se partir. Frágil e ingénuo. Não nos satisfazemos, queremos sempre a mudança para algo melhor. Não aceitamos a normalidade de uma vida monótona. Somos eternos corredores numa maratona sem fim.
Voltas e voltas sem parar, sem destino, procurando a mudança que nos fará feliz,
sem perceber que ela é uma utopia.
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Ego
Non-FictionO que sou em pedaços de papel, em linhas tortas escritas por aí. A alma diz olá, o coração diz adeus. A mente acorda. Eu apenas eu, nestes textos sou eu, e se um dia deixar de ser eu, retornarei aqui, àquilo que um dia eu fui.