O tempo é algo engraçado.
Não do tipo que nos dá vontade de rir mas do tipo que nos deixa perplexos devido à sua dificuldade.
Um dia que parecem dias, ou um dia que parecem horas.
Antagónicos de si mesmo, e ao mesmo tempo iguais, uma simples confusão nisto a que chamamos tempo, que anda às voltas e voltas sem nunca parar.
O tempo é uma espécie de rádio estragado, repetindo sempre o mesmo, e sempre diferente para quem ouve, repetindo-se pela eternidade, ecoando por aí, por todos os lugares e por nenhum, ninguém o ouve mas ele está sempre presente.
Tic-tac e o tempo vai passando, mais um segundo e outro, e nós, comuns mortais, sem darmos conta de tal;
para nós 2 segundos são apenas dois segundos mas isso representa tão mais que isso, representa o nascimento de milhares e a morte de outros milhares, representa não só a mudança (quase) constante no mundo, como a possibilidade de mudar a nossa vida.
As rodas do tempo sempre girando sobre si mesmo, sem nunca parar, (tic-tac), lá vão elas, abraçando o mundo até ao dia do seu fim, mas o tempo não morre, tempo é infinito, tempo andará por aí, escondido, desconhecido, mesmo depois das estrelas se apagarem porque não tem fim.
O tempo é início e princípio, alfa e ómega, é o expoente máximo da mudança, é uma chamada à consciência, é a ilusão primordial que nos rege e ele vagueia por aí, sem nunca nos abandonar.
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Ego
Non-FictionO que sou em pedaços de papel, em linhas tortas escritas por aí. A alma diz olá, o coração diz adeus. A mente acorda. Eu apenas eu, nestes textos sou eu, e se um dia deixar de ser eu, retornarei aqui, àquilo que um dia eu fui.