Gritos de loucura. Gritos desenfreados. Gritos de uma excitação que não pára.
Gritos e mais gritos. Mas gritos que não se ouvem.
Grito tanto, para dentro de mim.
Um mundo inteiro de gritos em mim.
Se alguém me pudesse ouvir, se alguém reparasse.
Mais alto, e mais alto, a minha boca estremece de tão alto que eu grito.
Mas não me faço ouvir.
Sou ignorado, esquecido, deixado de lado.
Quero gritar. Quero fazer-me ouvir.
Mas as forças abandonam o meu corpo.
Vejo-as de perto a saírem de mim.
Não consigo mexer-me, estou imóvel.
Acabo por me tornar apático.
Não sinto, não grito, não tento sequer.
Mas há algo em mim, algo que vai borbulhando, crescendo
aumentando, aumentando, silenciosamente
Começo a tentar gritar,
eu a tentar outra vez, eu a recuperar
e mais alto, E MAIS ALTO
Dou por mim no meio da rua, o tempo parou, pessoas a olharem para mim
Grito tanto, para mim, para quem me quiser ouvir.
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Ego
Non-FictionO que sou em pedaços de papel, em linhas tortas escritas por aí. A alma diz olá, o coração diz adeus. A mente acorda. Eu apenas eu, nestes textos sou eu, e se um dia deixar de ser eu, retornarei aqui, àquilo que um dia eu fui.
