Deslize

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Capítulo trinta e sete

Naomi

Eu dormia ao lado de Rick em um sono tranquilo quando abri os olhos acordando de supetão ao escutar um grito. Tentei ignorar e aproveitsr um pouco da calmaria, mas foi tudo em vão. Meu corpo rapidamente entrou em alerta ao escutar outro berro, dessa vez um de agonia.

— Rick, escutou isso? — sussurrei.

— Escutei.

E de repente mais um grito.

Me levantei de pressa procurando pelo facão de emergência que consegui esconder em meu quarto.

— Fiquem dentro dos seus quartos! —  Uma voz masculina soou do lado de fora da porta. — Não deixem os seus quartos por nada! Temos infectados dentro do nosso território!

Tiros foram disparados. Que merda está acontecendo?


O lado de fora do quarto parecia um inferno. Crianças corriam desesperadas tentando entrar em quarto com segurança, as funcionárias tentavam fugir e os guardas junto com alguns voluntários estavam na praça interna tentando recuperar a comunidade dos mortos.

Um andarilho caminhava em direção de uma criança que gritava assustada. O menino não devia ter mais de seis anos. Corri em direção do andarilho e acertei minha faca em sua cabeça, fazendo o corpo sem vida cair no chão.

Peguei o menino no colo e dei a mão para uma menininha que estava perto dele chorando. Comecei a correr com o menino no colo e tentando puxar a menina pela mão enquanto segurava o facão com a mesma mão torcendo para nao machucar a criança. Perdi Rick de vista.

— Vocês foram mordidos e arranhados?

— Não! — os dois responderam ao mesmo tempo.

— Ótimo!

Eu estava sem tempo para examinar cada criança e presa no caos para poder continuar cuidando deles. Chutei um errante que estava na minha frente com força fazendo-o cambalear para o lado nos dando livre passagem.


Coloquei as duas crianças dentro do meu quarto e fiz com que prometessem que só iriam destrancar a porta do banheiro quando eu voltasse. Rick não estava mais lá.

— Vai ficar tudo bem. Prometo.


Dois caminhantes estavam se deliciando com um braço de um rapaz caído no chão e nem me notaram quando eu cheguei perto. Matei o primeiro antes que ele pudesse me notar e antes do segundo andarilho se levantar me adiantei e terminei o trabalho.

Comecei a observar os andarilhos ao meu redor. Eram os guardas que estavam almoçando no refeitório que eu ajudei a envenenar. Alguém cometeu um grande erro em não vigiar os doentes e agora se transformaram.

— Ajudem as crianças! — gritei no meio da praça para quem tivesse tentando ajudar.

— Onde diabos está Marcel? — um dos guardas gritou nervoso enquanto tentava afastar o errante de perto do seu rosto.

Corri até o guarda e cravei a minha faca no crânio do andarilho. Se eu não o ajudasse depois poderia levantar suspeitas.

Steinfeld e Lily também estavam na praça. Hailee cobria Lily enquanto Lily tentava tirar as pessoas da praça. Observei mais dois guardas, saudáveis, pela praça e finalmente achei Rick, sujo de sangue. O arrastei comigo em direção ao refeitório.

Examinei rapidamente o cenário e percebi que os guardas restantes dariam conta. O refeitório era perto da enfermaria, onde Maggie deveria estar tentando controlar a situação e abatendo outros errantes que aparecessem.

— Vá buscar a Lori na cozinha que eu vou atrás do Carl. — falei.

A enfermaria ficava em frente a cozinha, onde Rick buscaria Lori. Passanfo pelo corredor esquerdo do refeitório chega-se até a sala onde Carl deveria estar aprendendo coisas.

Eliminei os errantes que surgiam até chegar na pequena sala de ensino.

O lugar me deu náuseas. Algumas crianças haviam sido transformadas e estavam atacando as crianças saudáveis. Havia sangue em todo lugar.

— EI! —  gritei atraindo atenção dos mini errantes.

A professora também tinha se transformado provavelmente tentando conter a situação e proteger as crianças.

— CARL?

Carl não estava no meio das crianças. Primeiro abati a professora, que vestia uma saia justa e uma blusa lilás. Engoli em seco ao ver as crianças infectadas se aproximando de mim.

A primeira que eliminei foi uma garotinha que usava "Maria Chiquinhas" em seus cabelos loiros. Me curvei um pouco para poder atingir sua cabeça de uma forma mais vantajosa. Ela devia ter mais ou menos dez anos, a idade do Carl.

Gritei mais uma vez por ele e ele não me respondeu. Matei mais quatro crianças transformadas antes de deixar a sala segura. Como o plano desandou tão rápido? Que deslize fodido.

— Carl? — perguntei com o facão erguido em posição de defesa quando comecei a procurá-lo atrás das estantes de livros.


𝐖𝐚𝐫𝐫𝐢𝐨𝐫𝐬 - 𝐑𝐢𝐜𝐤 𝐆𝐫𝐢𝐦𝐞𝐬 (reforma) Where stories live. Discover now