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Cassian soube que de fato Arya não estava na Casa do Vento assim que entrou pelas portas duplas da varanda, sentindo a água da chuva de Illyria escorrendo da sua armadura de couro e casaco, criando uma poça aos seus pés quando ele parou abaixo do arco de pedra, depois de Rhys o atravessar, apreciando o calor confortável.
Arya havia lhe avisado que iria fazer compras em Cesere na noite anterior. Logo depois de Cassian lhe contar que precisava ir a um acampamento na vastidão do território de Illyria, com Rhys, pela manhã.
Foi difícil não deixar a sensação pesar na boca do estômago quando ela lhe contou. Quando deu a entender, que não queria companhia.
E com Arya andando inquieta aqueles dias, Cassian entendia mais do que ela podia imaginar.
Por experiencia própria, as vezes ficar sozinho era uma necessidade que surgia em face de uma derrota. E vê-la tentando encontrar a Harpa, com aqueles rituais xamânicos e sua Visão, e não conseguindo nem um mero vislumbre, o deixava igualmente inquieto.
E os dois não eram os únicos. Ele pensou vendo Nestha entrar pela área dos fundos em direção a mesa vazia. De armadura de treino, e tão ensopada quanto ele.
— Hoje é sábado. — Cassian comentou quando ela encontrou seus olhos. Olhos idênticos aos de Feyre, mas tão diferentes como o inverno do verão.
Não que Nestha ainda tivesse aqueles olhos sombrios e afiados e ocos de dois meses atrás, quando foi obrigada a morar ali. Mas mesmo assim... Nestha tinha um olhar forjado em aço e fogo. Uma guerreira que estava descobrindo e aprendendo a amar seu poder.
— E amanhã será domingo. Que bela observação, não acha? — Nestha respondeu com sarcasmo puro e um revirar de olhos, se sentando.
Cassian mordeu o interior da bochecha para evitar sorrir ou rir. Ponto para a Archeron mais velha, admitiu.
Ele também se aproximou da mesa e decidiu almoçar cedo como ela. A comida quente apareceu em um prato maior do que de Nestha. Que tinha claramente ficado com os ombros mais tensos, perante sua companhia.
— Sabe que seu corpo precisa de descanso tanto quanto de treino. Certo?— ele acabou dizendo.
Cassian evitou encarar as juntas das mãos de Nestha ao puxar assunto. Estavam vermelhas e até mesmo se recuperando de alguns machucados. Fosse dos socos no saco de areia, ou da espada de madeira, ele não achou que ela precisava pegar tão pesado.
Nestha lhe respondeu com um olhar tão mortal e frio, que o fez erguer as mãos em rendição, antes de voltar a comer.
Quando Cassian achou que apenas o barulho dos talheres arranhando nos pratos e, o mastigar deles fosse ocorrer durante toda a refeição, Nestha indagou com uma voz mais amena:
— Aonde está a minha irmã?
Não precisou Cassian pensar de qual ela indagava antes de responder:
