Você é lindo

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Aziraphale ficou sentado apoiado na parede de uma sala vazia em posição fetal pelo que pareceu uma hora. Ainda sentia como se todos os olhos no refeitório estivessem sobre ele, o julgando, o sufocando.

Soltou um suspiro alto, cansado de se sentir um fraco patético, se levanta e vai até a porta. Já estava entediado e queria sair, não devia ter mais ninguém na escola aquele horário. Era o horário que ele e Anthony limpam a quadra.

Movido por uma força irracional e motivo desconhecido, ele abre a porta e começa a andar pelos corredores vazios. Até que dobra em um corredor e se depara com a figura de um garoto da sua sala que ele reconhece como sendo um dos amigos de Crowley. Seu nome era Dagon, se não estivesse enganado.

— Uau, depois daquilo no refeitório, se eu não conhecesse bem Crowley, diria até que estão namorando.

Aziraphale fica com as bochechas levemente vermelha, sobrancelhas franzidas em uma expressão de confusão e a boca entreaberta buscando palavras.

— O-o que... quer dizer?

— Crowley nunca namorou, não por falta de opção, é óbvio. Mas porque ele não ama ninguém, ele é incapaz disso. Mas... — ele anda até ficar a apenas alguns sentimentos de Aziraphale, sua leve diferença de altura servia para oprimir pelo menos um pouco. — Vocês estão ficando? Seria clássico dele. Eu... vocês já transa-

Aziraphale empurra o impedindo de terminar a fala. Dagon acaba caindo no chão, mas amortece a própria queda com os braços, surpreso com força do outro.

— Não é nada disso! — Aziraphale fica muito irritado e envergonhado, sente que estava prestes a chorar.

Dagon, recuperando-se do empurrão e levantando, olha para Aziraphale com um sorriso de escárnio.

— Acalme-se, Higheaven. Eu só estava curioso sobre a relação entre você e Crowley. Afinal, é óbvio que algo está acontecendo.

Aziraphale, ainda irritado, cruza os braços e tenta esconder o tremor de suas mãos.

— Crowley é... é apenas meu amigo, e não é da sua conta. Seja mais cuidadoso com o que diz.

Dagon, ignorando o tom de Aziraphale, se aproxima novamente, inclinando-se ligeiramente.

Aziraphale o encara com desconfiança, sentindo-se desconfortável com a proximidade.

Dagon solta uma risada sarcástica.

— Amigo? Crowley não tem amigos, apenas pessoas que servem aos seus propósitos momentâneos. E, bem, você parece ser uma escolha peculiar para ele.

Aziraphale franze a testa, desconfortável com o tom de acusação de Dagon.

— Crowley é meu amigo. — fala com a voz firme querendo afirmar que não tinha nenhuma dúvida.

— Não seja ingênuo, Aziraphale. Pode até pensar que conhece Crowley, mas a verdade é que tá apenas usando você, e vai te descartar quando se cansar.

Aquela era exatamente uma das inseguranças de Aziraphale. No fundo acreditava naquilo mas se lembrava de como Crowley falou no playground que podia contar com ele. Iria acreditar nisso.

— Não... você tá erado. Não deve conhecer Crowley tanto assim.

Dagon sente vontade de atacar o garoto a sua frente fisicamente por insinuar algo que no fundo Dagon sabia.

— Eu o conheço há cinco anos, passamos quase todos os dias juntos e vamos em todas as festas juntos, o que faz você achar que não o conheço? — nenhuma dessas informações eram falsas, mas Dagon tinha consciência de que Anthony pouco se importava com isso. — Suas famílias eram amigas não eram? Acho que ele me contou isso em algum momento.

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