A Chuva

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Terça feira chegou e com ela Aziraphale estava ansioso, mas de um jeito bom. Estava muito feliz de voltar a falar com Crowley e serem amigos novamente. Desceu para tomar café junto de seus irmãos, foi recebido mais uma vez por Gabriel e suas irmãs mais velhas dizendo bom dia. Talvez algum dia se acostumasse a isso.

Ainda assim, sentou-se afastado deles e ao lado de Muriel. Olhou de canto de olho para seus irmãos mais velhos algumas vezes, quase não ouviu a voz de Gabriel (ele sempre estava animado para falar de si mesmo), mas quando se virava o irmão parecia estar olhando diretamente para Aziraphale.

"No que ele está pensando?"
O mais novo se perguntava porque, de repente, não era mais invisível ao mais velho.

Miguel não olhava com bons olhos que Gabriel estava agindo diferente com Aziraphale.

A ida para a escola foi normal. Se sentou em seu lugar antes da aula começar e ficou lendo o seu livro acadêmico. Quando ouviu a porta dos fundos da sala ser aberta, já estava ouvindo esse barulho a um bom tempo mas dessa vez quis virar para olhar, seus olhos se encontraram com Crowley que hoje estava usando um moletom de zíper sem capuz, com uma camisa vermelha escura por baixo e as mãos no bolso. Ele acenou para Aziraphale e um sorriso iluminou seu rosto, o loiro devolveu o comprimento. Quando Crowley se vira para seus amigos do fundão sua expressão volta para a mesma cara de tédio enquanto se senta na própria cadeira.

Dagon observou a cena com fogo brilhando em suas pupilas. Se virou para a esquerda oferecendo seu maior sorriso a Crowley.

— Tivemos uma festa ontem, pena que não pôde ir.

— É, eu tava trabalhando. — fala sem interesse e tira os materiais da mochila. Dagon percebe um curativo em sua mão direita.

— Uau, o que foi isso? — pergunta em um misto de curiosidade e preocupação.

— Ah... sei lá... — fala sem interesse e se vira para a frente, fazendo anotações sobre a aula.

"Ah... sempre assim. Por quê você não sorri pra mim daquele jeito?"
Pensa abatido.

∆∆∆∆∆∆∆

— Aí teve aquela vez que uma mulher chegou fazendo o maior barraco porque o o marido tava levando a amante no Gusteau's. — Crowley contava as fofocas do restaurante, deitando nas arquibancadas atravessando por três degraus.

— Minha nossa, e depois? — os olhinhos azuis brilhando de curiosidade, sentado ereto em apenas um dos degraus da arquibancada.

— Ele tentou dizer que era a sobrinha dele e, acredite, ela tinha idade pra isso. Mas a mulher meteu um "E você ainda está pagando com o nosso cartão?!" — fez uma imitação da voz da mulher —Ela não tava puta pelo chifre, mas sim por ele estar traindo usando a conta conjunta deles, tipo, esse cara era muito idiota!

— Que horror. — estava rindo da imitação de Crowley.

Crowley parou alguns segundos para olhar o quanto Aziraphale era fofo rindo, tampando a boca como se estivesse com vergonha de ser tão espontâneo.

— Nem me fala, eu que tive que limpar quando ela quebrou a garrafa de vinho e quis partir pra matar ele. — desvia o olhar para o teto e apoia as duas mãos na nuca.

— O que?! E o que aconteceu com eles? — Crowley olhou de canto de olho como seu olhar parecia preocupado e curioso, ele estava mesmo imerso na história.

— A amante meteu o pé, ninguém nem viu pra onde ela foi. Mas o marido e a esposa tiveram que ir pra delegacia, não sei o que rolou depois.

— Wow, você tem várias histórias interessantes, né?

High School Romance Inefável Where stories live. Discover now