Entre Mágoas e Danças

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Já estava escuro quando Crowley chegou ao seu destino. Um restaurante. Foi até a porta dos fundos, tomando cuidado para não ser visto, quando abriu a porta dos fundos e deu de cara com uma jovem de cabelo preto curto com roupa de garçonete, ela era pelo menos uma cabeça mais baixa que Crowley. Ele sorriu, cínico.

— Boa noite...

— Está atrasado! — o interrompeu jogando as roupas de garçom nele. — Inferno, hoje é sexta, você sabe como todos os clientes esperam hoje para comer fora. Porra, vamos ter sorte se sairmos daqui antes das 3 da manhã... — se aproximou e puxou ele pelo colarinho do casado. Perguntou em tom ameaçador— O que é isso na sua camisa?

— Não esquenta, é meu. — disse se dirigindo ao vestíbulo.

— Eu não posso acreditar, de novo isso? — ela o seguiu e nenhum dos dois pareceu se incomodar em ela vê-lo se trocar. — Por isso que chegou atrasado? Quer voltar a ser assim?

— Foi um acidente... — disse colocando o avental por último e guardando as roupas na mochila.

— Belzebu, seu irmão chegou finalmente? — o chefe se aproxima, salvando Crowley de mais esporro. — Ótimo, a casa está cheia hoje. Atenda às mesas 8 a 14. Vamos! Vamos! — praticamente os empurrou para a área das bandejas.

— Isso ainda não acabou! — Belzebu sussurrou ameaçadoramente apontando para Crowley, que engoliu em seco.

O expediente correu como nos outros dias, alguns clientes agradáveis que deixavam uma boa gorjeta, outros que jogavam comida nos garçons quando não gostavam de algo e clientes que bebiam demais. Belzebu reparou que Crowley parecia mais aéreo naquele dia, como se estivesse pensando em outra coisa, não podia imaginar que essa "coisa" tinha cabelos cacheados loiros e olhos azuis.

Toda vez que pensava em Aziraphale era como se um buraco fundo se abrisse dentro de Crowley. Sentia pena dele, mas também sentia raiva, sabia que o loiro guardava apenas desprezo por ele, mas não podia evitar de achá-lo muito fofo.

Já eram 3 da manhã quando os dois saíram do restaurante. Em meio a bocejos e muito cansaço, Belzebul perguntou:

— Vai, desembucha, o que rolou?

— Ah... — um suspiro cansado—Hastur e Ligur começaram uma briga, tentei ajudar, bati num cara sem querer e ele revidou. Acabou logo depois disso. Não foi nada, real.

— Então por que se atrasou tanto?

Os dois já estavam com suas roupas normais, a de Crowley ainda estava suja de seu sangue.

— Como punição, eu e o cara que briguei temos que limpar a quadra após a aula por duas semanas.

— Caralho, escola de manhã, bicos de noite e de madrugada, que horas vai dormir exatamente?

— Talvez eu faça como você e parcele o sono durante o dia.

— Vá estudar, deixa que eu me resolvo com o dinheiro.

Crowley não queria ter aquela conversa de novo, o dinheiro que os dois juntos conseguiam já estava bom, podiam se manter, mas não queria que Belzebu voltasse a se sacrificar com 3 empregos para conseguir sustentar eles dois. Devia muito a ela. Inclusive a verdade.

— Olha... você lembra dos Higheaven, né? — começou cauteloso.

— Sim, o que tem esses merdas? — compartilhava da raiva por aquela família.

— Lembra de Aziraphale? — ela fez que sim com a cabeça. — Foi ele que eu bati e fez o meu nariz sangrar.

— Puta que pariu... — ela exasperou esfregando a mão nos olhos que se fosse acordar de um pesadelo. — Diz que é brincadeiras?! Eles podem... eles vão te processar! Inferno, não temos dinheiro pra isso...

High School Romance Inefável Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon