Palavras Entregues Ao Vento

Azul e cinza

Ei, você aí.
É você mesmo, caro leitor.
Você está bem?

Nos últimos dias eu estou me sentindo imbatível, mas também instável. Pois, na mesma semana já estou me sentindo como uma menininha assustada.

Às vezes eu me sinto tão insegura, sinto um medo de que todo o meu esforço, que todas às vezes em que eu abri meu coração nestas cartas, tenha sido mais um incômodo do que algo que cause identificação.

Neste instante eu estou cheia de paranóia, estou pensando seriamente em me trancar e sumir, desaparecer e parar de escrever. Mas não seria justo, não é certo comigo.

Fiz da escrita a luz do fim do túnel. Me entreguei intensamente em cada palavra e lágrima que derramei ao escrever. Talvez, as vozes da minha cabeça estejam certas e isso esteja horrível.

Por muito tempo me peguei pensando em uma forma em que a minha escrita pudesse chegar a pessoas como eu. Se chegou, devo dizer que sou muito grata e certamente você precisa de terapia.

Minhas poesias não possuem métricas, muito menos uma regra a ser seguida. Minha poesia é puro instinto, sentimento e dor. Nas minhas poesias nuas e cruas, cheia de sinceridade, cheia do meu eu, que já foi tão machucado.

Cada página lida, é uma fase da minha vida, as minhas lágrimas, meus amores, minhas dores, meus surtos. Usei esta arte tão livre para conseguir externar um terço do que guardo em mim.

A arte é linda e vasta, você, caro leitor, sinto que és uma pessoa forte, uma pessoa que já passou por muita coisa, que precisa ser acolhida, que apenas deseja encontrar o seu lugar no mundo e um sentido para continuar.

O que posso dizer, além de te enviar para terapia, assim como eu. Apenas continue, apenas tente, pois, cada passo que já dei, mesmo morrendo de medo, foi apenas por tentar.

Hoje o meu dia está cinza com traços azuis, estou me sentindo insegura, assustada, nervosa... Neste dia, escrevo o que talvez seja minha última carta... Eu não quero sumir ou desaparecer... Mas também não quero temer seus pensamentos, sou covarde demais para encarar uma crítica agora.

Não me julgue muito, sou tão falha quanto você, tão humana quanto qualquer um.