Pensamentos

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Quem sou? O que eu deveria ser? O que eu almejo ser? O que eu farei da minha vida? Como cicatrizar um machucado que ainda não existe?

Não existe resposta que seja totalmente certa para essas perguntas.

E eu não sei ao certo o quê, era o meu maior sonho aos doze, muito menos se possa se tornar realidade. Não vou chamar meus sonhos de banais, mas infantis e idealizados.

Agora com os dezenove anos, vejo tudo de outra forma. Não existe aquela leveza de acorda de manhã e perceber que fui carregada para cama ao anoitecer.

Apenas existe o eu, sem ânimo ao amanhecer e o lunático, pensativo e com insônia ao anoitecer.

Não existe a menina que sorria, chorava, se irritava, brigava e não guardava as palavras ditas dentro de si.

Hoje eu choro, muitas vezes sem motivo. Sorrio às vezes. Por felicidade, são tão raras, mas sempre dou um jeito de sorri por que é o certo naquele e em vários outros momentos.

Meu humor anda como uma montanha-russa, não preciso exatamente de um motivo para me irritar. Eu corro de brigas, nunca sei como reagir, nunca quero machucar por isso sei que as odeio.

Por me magoar ou aos outros envolvidos nela. Não consigo agir como se aquilo que aconteceu não tivesse acontecido. Eu choro. Revejo e Repenso.

E nunca sai da minha cabeça.

Eu fico remoendo, o que foi dito, o que fiz errado e o que poderia ser mudado.

Toda a pressão de ter seus dezenove anos. E ter que aprender a ser adulto!.

Tudo isso dentro de mim.

As expectativas, muitas vezes alheias.
As brigas.
Os choros.
Meus desejos.
Meus medos.
Minhas inseguranças.
O meu eu.

No final, tudo isso se torna um fardo, um tanto quanto pesado. Contudo, eu ainda carrego esse peso e me esforço para manter todos no lugar. Até quando a insônia não me deixa dormir. Quando o choro me vem e quando penso em desistir. Ainda luto.

Não exatamente por mim ou pelos outros. Mas por aquela menina. Que aos seus doze anos tinha tantos sonhos. Por ela, eu carrego o fardo. Pelo meu eu ingênuo e infantil ainda luto. Por que eu ainda quero ter o orgulho dela.

Certamente, aquela menina não está orgulhosa.

Entretanto, ainda almejo ter o orgulho daquela criança risonha e feliz. Olhando para fotografia do meu eu infantil, só consigo pensar e sussurrar.

Posso ter o seu orgulho outra vez?

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