Querida lua

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Estou te admirando, enquanto lhe escrevo.

Eu sempre peço para o vento entregar, minhas palavras ao vento a você, minha amiga. Talvez o vento tenha se atrapalhado e perdido elas no caminho. Não estou chateada, por nunca terem sido entregues, mas confesso que adoraria receber cartas suas também.

Escrevo palavras difíceis de serem ditas e uso minha própria essência e o meu sangue como tinta em minha caneta. Talvez não passe de um mero desabafo, feito por alguém que não possui à disposição olhos para ler ou ouvidos para ouvir. Cada dor, cada lágrimas que derramei ao escrever para ti.

Oh! reluzente e brilhante, lua.

Eu peço desculpas por aborrecer você, com minhas palavras desconexas e sem sentido. Minhas palavras cruas e sem rimas, apenas com minha essência de vida.

Querida, lua.

Você está em todos os lugares e possivelmente fala mais de um idioma. Saberia me dizer se existe alguém perdido por aí, que poderia me ver e me ouvir? Me ver por inteira, cada parte minha, cada mera camada que eu mesma costurei.

Enquanto você brilha e tem vários admiradores. Sou apenas uma mera mortal, que não possui admiradores e que mal sabe falar o próprio idioma. Sendo do jeito que sou, não ousaria sair daqui, onde estou a admirar e suplicar ao vento pela milésima vez que lhe entregue as minhas lamúrias.

Se chegar a você, me diga em qual lugar do mundo estava para sanar minha curiosidade. Eu, você já sabe, em um país conhecido pelo samba e pelo futebol, não há erro. Por favor, me escreva.

Adoraria ler sobre suas aventuras.

Palavras Entregues Ao Vento Where stories live. Discover now