Diferente

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Em meus olhos castanhos há um pouco de tudo. Lágrimas que me esforcei para não derramar. Palavras que nunca disse.
Sentimentos que nunca expôs.
O medo involuntário de coisas novas e que não estão sob meu controle.
Raiva, afinal, não sou de ferro.

Sinto-me transbordando a maior parte do tempo, depois eu me desmorono sozinha, na solidão do meu quarto.
Ainda possuo a cara de pau de me perguntar o porquê de está assim afinal.

Eu sou como um copo cheio demais, uma única gota é capaz de me fazer transbordar.
E cada milímetro de água no chão, são emoções que eu me privei de sentir ou expressar.

Eu deveria ser diferente? Talvez.
Sei que não sou a própria perfeição.
Desfruto de uma variedade extensa de defeitos, para citar de qualquer jeito.
Não existem justificativas para a lista crescente de erros cometidos, em apenas uma mera vida.

Eu deveria me expressar de outra maneira?
Os meus sentimentos e emoções mais profundos estão aqui.
Minhas piores partes.
A poesia que corre em minhas veias e preenche o pequeno tubo da minha falha caneta, se tornando a tinta que utilizo para escrever.
Minhas palavras refletem o meu eu, que com palavras ditas jamais saberia se expressar corretamente.
Eu jamais saberia escrever de uma maneira diversa.

Cada molécula do meu ser está nessas palavras nunca lidas pela minha tão querida amiga, que lá de cima se encontra reluzente e magnífica.
Como não admira-la, afinal estamos falando do único satélite natural da terra.

Palavras Entregues Ao Vento Where stories live. Discover now