Capítulo 44

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"É impossível deixar de amar alguém que se amou por tanto tempo"



Nova Orleans, Luisiana
2012



Clarissa costumava pensar que o amor a deixava fraca e vulnerável, e ela não estava errada.

Quando se ama alguém, se faz tudo por essa pessoa.
Inclusive se enfiar numa provável toca de lobisomens, com um bebê crescendo em sua barriga.

Enquanto caminhava pela floresta na direção do canal, tudo que passava pela mente de Clarissa, era que Hayley havia se metido em alguma confusão.

A mensagem de texto que ela havia recebido meia hora antes era clara, a amiga precisava da ajuda dela, com o que? Isso a loba não especificou, deixando-a completamente no escuro.

A floresta estava quase silenciosa demais, causando arrepios na pele da original. Ela não tinha medo dos lobos, sabia que não podia morrer caso fosse mordida. Mas ela temia pelo seu bebê, não havia como saber se a mordida o afetaria.

Ela estava com os olhos abertos, mas não havia sinal de Hayley em nenhum lugar.
Caminhando por mais alguns minutos ela em fim se viu fora da mata densa, avistando uma casa abandonada na beira do lago.

Caminhou lentamente até a casa, levando a mão até a maçaneta com um frio na barriga estranho, assim que a porta foi aberta ela a viu deitada no chão, não havia batimentos, o pescoço virado ao contrário, sua melhor amiga estava MORTA.

Clarissa cambaleou pra frente caindo de joelhos na frente de Hayley.

Morta.

Mais uma vez ela não havia conseguido salvar a pessoa que amava.

Lágrimas invadiram os olhos dela quando agarrou o corpo da loba e abraçou. Clarissa não pensava, não ouvia, mal respirava agarrada ao corpo morto da amiga.

Ela não teve tempo de raciocinar o que havia acontecido quando uma estava atravessou seu peito, ela sentiu a dor e o sangue se espalhar pelo vestido branco, e então tudo ficou preto.

Ofegante e com a estaca ensanguentada na mão, Tyler olhava os corpos das duas mulheres caídos, agora um em cima do outro.

Tirou do bolso da jaqueta duas seringas, injetando o líquido no pescoço da original. Puxou uma de cada vez, colocando-as sentadas contra a parede.

Encarou Clarissa por alguns instantes, levando a própria mão até o rosto da original removendo o cabelo de cima dos olhos dela.

Os olhos amarelos de lobo de Tyler ficaram visíveis, ele se curvou sobre o pescoço de Clarissa e mordeu, deixando sangue escorrer por sua boca ao se afastar.

- Precaução nunca é demais. - ele murmurou ao olhar a original mais uma vez, antes de deixar a cabana.




[...]



Clarissa abriu os olhos devagar, a luz os fazia doer. Seu pescoço latejava, ela levou a mão sentindo o molhado e uma ferida aberta.
Quando as mãos se voltaram pra frente ela viu o sangue.

- Fiquei me perguntando quando você acordaria. - Tyler estava sentando numa cadeira diante dela, Hayley estava ao lado dele no chão, tinha os pés e braços amarrados, a pele pálida estava cheia de suor escorrendo.

- Hayley? Como não tá morta? - ela chamou com dificuldade.

- Não, não, não, não tente se mexer. Não queremos machucar seu bebê milagroso não é? Ou eu devia dizer bebê demônio? Quer dizer, você é uma vampira, tecnicamente morta, como tá grávida? - ele olhava pra cima enquanto fingia dúvida.

Laços do Destino Where stories live. Discover now