— Por que eu estou aqui novamente?— Para discutirmos algo, talvez rapidamente.
— Não me coloque em seus panos.
— Agora já é tarde. Passarinho sujo mancha muito mais cedo do que tarde.
— Sua mentirosa…
— Nunca menti na pavorosa vida sua.
— O quê?! Como pode dizer isso?! Eu fui em lugares por você! Eu fiz ações por você! E agora quer discutir em o quê eu devo fazer?!
— Exata–
— CLARO QUE NÃO!! Tá tudo tão escuro, o jardim escureceu mais uma vez, um salto duplo. As cores ficam brancas na escuridão… Que cor são os meus olhos, se não negros?
— Me dê um minuto. Eu só quero conversar.
— Eu não te darei mais nada, pois não temos o quê conversar. Eu confiei em você e olha onde fui parar, diga-me qualquer coisa, mas nada isso vai mudar.
— Então a culpa é minha?!
— De quem mais seria?
— Só por que você era um estorvo, não quer dizer que surtos de medo sejam parte do meu foco.
— Aquele dia, você viu também. Naquele dia, você sentiu também. O espaço deixado por uma nota sustenida, quantas vezes eu revi o que menos me dava vontade ou vida?!
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Intro
PoetryEntre caos e sal e açúcar e bom, vejo que o mar está cada vez mais escuro e minha mão se alegra com o enegrecido. Minha mente, no entanto, teme muita coisa, mas claramente se vê perdida. Ah... De fato, o jardim escureceu.