O Que Eu Quero Ser?

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   Acordo todo dia e vejo-me na monotonia, o que seria da minha trilha se eu tivesse escolhido uma diferente fila? As dúvidas começam a rodiar, o que genuinamente se vem a acreditar, acaba indo aos pedaços de um andar. A culpa de uma estragada, a cada entrelaçada que dá, é mais um passo para trás da jornada, isso que o jornal não é uma bela parada, mas é contínua a letrada. Sinto que caio no esquecimento, um minuto depois, entendo o porquê do lamento, eu tento e tento, nada sai do sonolento berço. Às vezes só sinto que é melhor não me levantar, meu corpo diz o contrário do que minha mente está a pensar. O tentar ser melhor é um destino engraçado, por quanto tempo eu estive parado? Por quanto tempo eu dei desculpas para aquilo que eu não consegui fazer por mero estrago? Promessas fragmentadas na mentira que eu acredito ou que finjo que foi dito. Aos súbitos prazeres, nada parece ser mais intenso do que não fazer nada. É como se eu estivesse no vazio, porém com a minha mente inteiramente criticando cada movimento que eu não faço, por isso é mais frio. Talvez seja o pós da morte. Talvez seja a corrosão de um humano sem sorte. Fraco é pote, pena que solo não, penas que não voam sem uma certa mão. Eu tusso desculpas de um norte, mas estou à mercê do pensamento nada forte. Tranquilizadores seriam nada, pois dor é um tanto desajeitada. Todos tem um dia ruim, outros duram mais, outros menos, a minha pergunta se encontra no: por que tanto tempo? Créditos de um vaga-lume, a luz que pisca e se vai nos segundos que consome, os litros de escritas de um chafariz quebrado, suas águas tentam soprar para o alto, mas se encontra parado, pois o que dentro se encontra está há um certo tempo enferrujado, quebrado, trancado. Eu digo meus sonhos e eles parecem sair da minha boca da mesma forma que uma mentira tosca, parece que falo como se eu não acreditasse, parece que isso é o meu desastre. Os sacos cheios de papéis fragmentados, estão esfarelados os pensamentos de "para qual lado?". Inconveniência de um sigilo me mostra que eu novamente estou errado. Não tem nada de errado nisso até o ponto que tudo isso é refeito do mesmo princípio, sabe quantas vezes eu já parei nesse mesmo ponto sem um resultado ao indício? Perdi as contas. Sinto que a ajuda se vai do meu alcance, um ônus sem ônibus para ir embora do lance. Um lugar onde eu possa simplesmente entender como consertar, nunca achei tal lugar. Talvez eu seja uma máquina que se desgastou com o tempo, o lixão me daria uma casa em seu sustento, talvez eu me divertiria por um breve momento, vendo tudo isso sendo levado ao relento. Cansaço toma conta em muitas situações, a tristeza toma conta em muitas ocasiões, a solidão toma conta de muitos pensamentos, e a insegurança te impede de dizer o que está acontecendo. Talvez tu nem mesmo saiba o que está. Talvez tu só viva com essa agonia em agulha. Talvez você saiba exatamente o problema, porém não tem ideia para uma vacina ou cura, por isso se julga. Ainda continuo com a mesma pílula implantada, queria ver meus amigos na multidão, pena que são agora estranhos na jogada, e eu não sei quem são, muito menos o que falam. Eu queria simplesmente sair, mas isso é impossível, há de se admitir, independente do que eu fale, não dá para fugir, no fim, é como o pássaro do tempo enjaulado, saudade ou culpa? Eu deixaria tudo, mas tudo veriam se o estado fosse deixado de lado ou até mesmo apresentado. Esse é o meu trabalho em grupo, a minha companhia são esses sentimentos, sabe eu fiz isso há muito tempo, mas essa é uma das múltiplas cartas onde se encontra esquecimento, por isso que estou de novo escrevendo. Não importa a sanidade ou insanidade que se há, no "não há" é verdade de uma festa do chá. Os contrabandos de pensamentos em uma mente perturbada é simples por doença em uma jornada onde pensa que está curada… Até não estar. Tudo bate lento e o quente se sente bem frio, os ligamentos de uma lágrima não saem, pois algo não tem fio, essa é a tristeza de uma memória estabelecida, não importa aonde eu vá, eu perdi a minha briga. Lutei tanto por algo que agora se enfraquece, eu sou um boneco ou alguém que obedece? Não parece ter diferença no exame ou teste, mas eles dirão: boa peste.
   Acho que eu não quero ser ninguém, se eu for eu mesmo… eu vou estar bem. Ou bem mau. Eu até pediria ajuda, mas já morri faz um certo tempo, uma luta no vazio não é uma luta, é só o sofrimento passando a todo momento e te mostrando possibilidades daquilo que você deseja, mas nada conseguirá cumprir, é difícil sobreviver? Não. Difícil é viver sem estar morto. Perdoe-me, tomei seu tempo, é possível e perceptível sumiço, mas trabalharei… Há! Eu já não sei mais o que fazer, é só mais uma desculpa do porquê estou a perder. Até mais, Você.

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