Abuso

1 0 0
                                    

   Criança perdida, criança nascida, quem diria que essa seria a sua vida? O colo quente de um berço maltratado, a progenitora já não aguenta mais tantos falsos laços, mas mentiras dão ao seu coração, mais espaço. O ódio cresce por balanços, o pai espanca por mentiras do canto da sua cabeça sem tranco. A cada dia machucados crescem, tanto na família quanto nas crianças que nela não merecem, assim o ódio cresce mais uma vez, alimentado por mais de um ser por vez. Agora a progenitora alimentada, também. As crianças sofrem o dobro por algo que não fizeram, também. A casa é amada por não lembranças de um saco, mas, se pudessem, não voltariam para tal buraco, a culpa cresce com maturidade, mas a ceguez intimida mais do que lógica da cidade. Que roubemos as coisas para mais tarde, se ninguém saber a minha culpa não será o suficiente para que me mate. O pai é um contador de histórias nato, até o ponto de o buraco ser mais mentira do que narração de um simples emprego quebrado. Ao crime um valor de fuga, mas para as crianças, ingenuidade não é tão assim um sinal de culpa. Os erros cometidos eram gatilhos para uma briga, o sangue derramava tanto quanto ameaças de um homem sem muita sabedoria. Tristeza contaminava mais que o medo, a cada dia. O pânico era surreal em momentos de silêncio, se privilégio tens de não ter medo, o silêncio é agulha que estoura o balão do desespero. Um cara bêbado com razões de uma nula vida, se eu posso acabar com a minha, por que a sua também não iria? Uma das crianças não sente a situação, ela estava fora até tarde, jogando fora o que não tinha mais em seu coração, então falsos amigos eram temporária salvação. Ao chegar em casa, luzes acesas, ar pesado. Pessoas comentando ao relento, polícia não mais ao lado. Gritos de uma briga, coração disparado. Se pergunta a si no mesmo instante:

— O que tem me esperado?

Uma porta quebrada, choros. Vidros ao chão, socos. Ligações de lados, abraços. Vá embora agora, nem mais um pedaço. O que fazer? Nada se esperava. Na calada da noite, fugir, mas a fera volta para a tela. Não é um belo espetáculo. O coração palpita nessa criança sozinha, vê distúrbios nos olhos alheios, pois sabia e já via essa briga, não queria, mas acontecia. Suposições de uma fala breve, machucava corações de uma mente em seu estado plebe, as perguntas não sanavam nada, e o rumo da vida era pior, os segundos da perda, foram ainda mais algo assustador, os canos armados, estavam longe, mas não queria armar um cano e surtar ao insano. Quem diria que a decepção seria tão imensa? A capacidade de força de um pequenino é tão grande quanto o mundo, mas ela se esvai quando sua progenitora é machucada, e por falta de tudo, ele simplesmente pode ver acontecer e não fazer mais nada. Algo em si clicou, seu corpo não conseguia mais chorar. Algo em si, mudou, só queria parar de chorar. A escola era campo de batalha, as fugas eram feitas para que o entendimento fosse algo, mas o mesmo estava descalço, da mesma forma que a mente, que sabia que toda vez que se mente, muitos acreditariam, mas agora ele mente tanto, que nem mesmo ele acredita no que tem lhe dito. A salvação da monotonia nunca lhe foi diversificação, mas algo notório o suficiente para que pudesse chamar de algo além de "somente uma mão". As vozes ficaram na cabeça e, de fato, o vazio sumiu, agora nessa criança tudo faz com que ela enlouqueça, triste começo de uma vida sem rio. A tristeza contaminava a cada segundo, via a desigualdade e ódio ao seu próprio túmulo, só não entendia o porquê de agora o odiarem, o mesmo que não pôde fazer nada, é odiado por ser o filho daquele que quebrou tudo, de um certo ponto, entendia o cenário. A cada fracasso, entendia ainda mais o processo, se tornando como a luxúria e a raiva do portador que portou a sua dor para dentro do que nunca foi cego. Mas ainda devia chamá-lo do que nunca foi, as falsas promessas contaminaram para que a rua fosse um lar mais aconchegante do que o abraço de um falso pai ao instante. A cada dia que passa, as lágrimas caem menos nas gotas de um "não". O solitário acesso aos arquivos de um progresso são dados ao lamento daquele que não conseguiu ver-se dando certo.

Amizades concretas fez até um certo ponto, no entanto, este mesmo, era só um ponto de ônibus, todos estavam esperando aquele que os levariam para outro lugar, uma vez que eles disseram nunca os abandonar, ele mesmo os viu partir sem uma despedida, e de novo, não conseguiu chorar. O seu amor se ia a cada minuto que passava, tentava ter uma convicção, mas não parecia mais nada. Os estudos eram maçantes, assim como sua vida ao semblante. O momento passaria, mas é simplesmente muito grande. Um de seus amigos lhe trouxe momentânea felicidade, assim como qualquer outro relacionamento, não duraria tanto quanto esperaria que fosse o "até tarde". Uma manhã calma, um cheiro de café, não há nada a se fazer, então descalço correr é mais do que qualquer, no entanto, tumulto é circulado. Mais uma vez ele sentiu o palpitar de um coração traumatizado. Pessoas comentando.

— O que está acontecendo?

Aquela era seu amigo no chão ou isso é só um delírio em evento? A ambulância vai chegar, todos estão encarando. Por que ninguém tá me tirando daqui e por que estou olhando? O arrepio é forte e não há movimento, ele está morto e não é um personagem que possa fazer com que volte no tempo.

— Ele... tá morto...

Isso não pode ser real, como poderia? EU NÃO ESTOU CHORANDO, AFINAL!! Olhando para o lado, é um silêncio em barulho-multidão. Eu vejo fumos de uma crise mental ser mais problemática do que o desconhecimento de um humano com sua não vida ao chão, implorando por mais do que um falso perdão. Ninguém aqui se importa, entendo a declaração. Como poderiam se importar, se nem ao menos tiveram contato com tal? No entanto, os panos são sujados, a maioria vem ver somente pelo estado de ver e comentar ao seu patrocinado vizinho ao lado, como "bons patriotas" que tacam fogo numa casa e enchem a sua de luxúria, a mansão mais horrenda que vi no mundo, foi, de fato, a humana. Com infinitos quartos em suas mentes, mas com todos vazios. E essa pessoa bem na sua frente, que sente mais do que só frio?

A tristeza corrói ainda mais, a tristeza é ampla ao ser que quer ver bem mais, um amor fatídico é criado? Nem perto disso, eu só queria dormir no infinito, pena que o vazio me deixou de lado. Letras começaram a ser escritas, erradas e certas, não importava muito a ferida que se abriga numa briga interna com si próprio, as calorias de um álcool da vida são mais bêbadas do que uma faca fria que simboliza o sabor quente da morte. A cadeira surgiu, escrevia dores de um fio, o fio que seria da navalha à qualquer tipo de socialização ou da chuva, com intrusivos pensamentos de uma mente não são. Se me abraçassem forte, como tentaram, eu ainda caí, da mesma maneira. Pois conveniência era mais importante do que a importância-consistência. Aos poucos perguntavam o porquê de uma criança ser tão triste ao ponto de só querer sobreviver. É um mundo bem contaminado, estou tão infectado quanto os infectados. Os sons que fazem, eu também faço, não caço sangue, mas caço espaço. Dinheiro é a resposta? Nem perto do traço. Essa criança tem tudo agora e ofereceu tudo aos que ama, não consertou nada dentro do quadro, porque pinturas não mudam de acordo com o valor que um aleatório supôs ser estado. Essa criança sofreu mudanças, mas nunca pôs preço naquilo que havia valor, "vidas humanas são caras", claro! Essa é a indiferença da sua diferente cabeça de preço e valor, os atos são baratos, mas são pagos com silêncio e pensam que assim a economia do relacionamento vai subir, inflação desse país-relacionamento subiu em dois mil porcento, agora a gente troca mentira por falsas verdades e acha que tem uma diferença, que gosto bom é esse? Ah sim, é só queijo afiado que usei para cortar e comer o que eu mais odeio e por esse mesmo motivo que eu o sustento. 

IntroTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang