Capítulo 28 - On Fire

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Vocês comentaram bastante e aqui estou eu, para encerrar 2023 com chave de ouro.

Feliz Natal, desejo tudo de bom a cada um de vocês 🥰

Boa leitura 💕

💎

Michelle Morgado's pov

Ao despertar na manhã seguinte, minha mente sonolenta dividia-se entre alguns pensamentos. A cama macia do hotel me fazia não querer dormir em nenhum outro lugar. Os lençóis cheiravam a rosas, graças a Camila, que não estava mais deitada ali. Camila... a terceira coisa da qual me dei conta foi a pior de todas: eu havia transado com Camila na noite anterior.

Abri os olhos devagar, apenas o bastante para localizá-la, sentada à mesa mais próxima dali, com um alicate nas mãos. Ao observar mais atentamente, notei que Camila tentava consertar o fecho do colar que eu havia arrebentado, ao arrancá-lo do meu pescoço. O colar que por pouco não havia voado pela janela, e que agora eu sabia ser o último presente de seus pais mortos, que ela entregara a mim para que eu me sentisse menos sozinha.

Depois de saber a verdade, prometi a mim mesma que pensaria duas vezes antes de ingerir álcool. Na última vez que o fiz, terminei a noite chorando nos braços de uma assassina. Por outro lado, havia estado sóbria na noite anterior, e ainda assim feito coisas das quais me arrependia. Talvez não tão sóbria, quando inebriada pelos encantos de Camila Cabello.

Ao terminar o que fazia, Camila voltou a colocar o colar no próprio pescoço, e eu estremeci quando seus olhos caíram sobre mim. Ela sorriu. Provavelmente, devido à minha fraqueza há algumas horas, pensava que tudo estava bem. Mas não era verdade.

- Bom dia, minha linda. Dormiu bem? Eu pedi café da manhã, mas não quis acordá-la, você estava dormindo tão tranquila... - Havia um tom açucarado em sua fala, algo que me irritava, pois uma parte minha ainda se derretia totalmente.

Senti vontade de protestar, dizer que eu não era "sua"  e nem nunca seria, mas me detive, pensando em evitar outro conflito desnecessário.

Me sentei na cama tentando, inutilmente, ajeitar meus cabelos bagunçados com as mãos. Os mesmos cabelos que suas mãos firmes puxavam horas antes. Como poderia ter me deixado levar tão facilmente?

- Não estou com fome. - Foi só o que eu disse.

Pareceu ser a escolha errada de palavras. Camila veio até mim, e se sentou na ponta da cama, com um semblante preocupado.

- O que houve? Está se sentindo mal? - Ela tentou tocar meu rosto, como se checasse minha temperatura, mas eu a detive.

- Estou bem, não precisa de tudo isso.

A morena assentiu e voltou a se afastar, como se entendesse o recado. Caminhou até a mesa novamente, e pegou entre os dedos uma foto que eu ainda era incapaz de compreender. Uma criança, dois idosos, uma casa ao longe, o gramado verde e os riscos grosseiros em caneta vermelha: 72h. A mesma que ela segurava contra o peito, no momento em que eu a impedi de tirar a própria vida.

- Precisamos sair daqui amanhã de manhã bem cedo. - Arregalei os olhos ao ouvir aquilo.

- Allyson sabe que estamos aqui?

- Se não sabe, descobrirá logo. - Mais uma vez, ela encarou a foto em suas mãos.  - Tem sido difícil manter contato com Normani, não temos tempo a perder.

- Para onde vamos agora?

- Londres. Te consigo um passaporte falso, você vem comigo até que estejamos seguras, e depois decide onde deseja recomeçar sua vida. Terá meu total apoio, inclusive financeiro.

Now Or Never - CamrenWhere stories live. Discover now