Capítulo 7

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atrás, mas ele não respondeu — talvez ainda não tenha olhado o
celular? Quando a música desacelera e a multidão se dispersa, saio
do meu lugar na parede e ando na direção da pista de dança,
procurando por ele. Demoro um tempinho, mas, no momento em
que o vejo, meu coração afunda. Ali está ele, com os braços em
volta da Taylor, dançando uma música lenta. Sinto meu estômago
revirar. Por que foi que eu vim? Deveria ter ficado em casa. Não
deveria ter mandado mensagem para ele. Eu me afasto antes que
alguém me veja e disparo em direção às portas do ginásio.
A noite vai se revelando ao meu redor enquanto a música alta
soa abafada, permitindo que eu respire com mais facilidade. O
estacionamento, iluminado por alguns postes de luz, parece tão
calmo em comparação com a pista de dança. Está nublado esta
noite. Eu deveria ir para casa antes que as nuvens se tornem chuva.
Penso em mandar uma mensagem pedindo para minha mãe me
buscar, mas está cedo demais. Não quero que ela me pergunte qual
é o problema. Talvez eu volte a pé para casa e entre escondida no
meu quarto. Meus calcanhares estão começando a doer, mas ignoro
a dor. Enquanto atravesso o estacionamento, a porta do ginásio se
abre atrás de mim, seguida de uma voz que reconheço de imediato.
— Julie…
Eu me viro e vejo Sam, que parece mais sério do que o normal
de terno preto.
— Aonde você está indo? — ele pergunta.
— Para casa.
— Na chuva?
Não sei o que dizer. Eu me sinto uma idiota. Então, forço um
sorriso.
— É só um pouquinho de névoa. Sou de Seattle, lembra?
— Posso te dar uma carona se você quiser.
— Tudo bem. Não ligo de ir andando. — Minhas bochechas
estão quentes.
— Tem certeza?
— Tenho, não se preocupa. — Quero ir embora daqui. Mas Sam
não sai do lugar.
Tento de novo.
— Sua namorada deve estar te esperando lá dentro.

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