Cap 21

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No dia seguinte depois de termos discutido o plano, repassamos para Carmilla e Hannes. Enquanto os meninos conversavam, Carmilla estava sozinha na varanda para o jardim. Fui até a mesma.
— Oi — digo.
— Você sabia que tem cheiro refrescante?
— Quê? — olho para ela incrédula, Carmilla sorri e diz:
— É. É por ser Lanitaryn.
— Você conheceu outras?
   — Há alguns anos.
   — Então conheceu Nerissa? Minha mãe?
   — Digamos que seja pouco mais de alguns anos — ela sorri, sem jeito.
   — Vocês envelhecem?
   — Sim, mas não da forma humana. Me diz, quantos anos aparento ter?
   — Vinte e sete?
   — Quase. Vinte e seis.
   — Há quanto tempo?
   — Para os humanos? 50 anos, talvez. Por aí.
    Olho para ela, mais uma vez incrédula.
   — Possivelmente vi as primeiras Lanitaryn. Talvez conhecesse Nerissa, mas não me recordo.
   — O cheiro era o mesmo?
   — Sim. Algo refrescante. Tipo hortelã. Mas é diferente.
   — O que é diferente?
   — O seu não é só isso. É algo mais.
   — Acha que pode ser por eu ser uma descendente Florence?
   — Certamente.
   — Fedido? — pergunto e Carmilla gargalha alto.
   — Não, Mary. É como hortelã e... canela? Ou cravo? Eu nunca sei diferenciar.
   — Canela é da árvore — digo e sorrio.
   — Ah, então definitivamente é hortelã e cravo. Talvez pimenta?
   — Bem parecidos, né?
   — É uma mistura interessante, acho que isso é o mais próximo que consigo chegar de descrever.
    Ficamos em silêncio por um tempo.
   — Como você se sente?
   — Sobre Xylia?
   — Uhum.
   — Eu... eu não sei dizer. É como se tivesse me apunhalado no peito. Eu nunca... — lágrimas brotam em seus olhos verdes e eu a abraço. — Desculpa, Mary. Eu não sabia, Deuses... eu não sabia.

*

    Bill dormiu comigo na noite passada. Depois de conversar com Carmilla, me encontrei com eles no salão para jantarmos. Depois de comer, conversamos mais um pouco e repassamos mais uma vez o plano. Carmilla estava desconfortável com a possibilidade de Xylia estar lá, saiu logo depois de comer, garantindo que estaria conosco amanhã. O dia que iríamos para Lanark.
   Por fim, Georg também foi se deitar. E os que restaram, resolvemos andar um pouco pela cidade.
   — Hannes – Tom começa a dizer — você acha confiável Carmilla ir com a gente? Não quero me aborrecer e chegando lá, a porra toda mudar.
    – Olha como fala, garoto — Hannes se move tão rapidamente para ficar cara a cara com Tom que mal consigo acompanhar, vendo só o vulto do cabelo loiro passar por mim.
— E você vai fazer o que? Xylia já era uma traidora. Vai dizer que...
— Não ouve em terminar a porra da frase, Kaulitz.
Entro rápido no meio dos dois garotos, empunhando a adaga de Neith e uma espada curta.
— Chega, ou eu juro que a única coisa que vocês vão discutir é quem sangra mais.
Eles não se movem, então pressiono ambas as armas em seus pescoços, fazendo uma gota de sangue aparecer.
— Mary — Bill me chama, e sinto o nervosismo em sua voz. Eu viraria pó numa possível briga entre os dois.
Sinto algo em minha visão periférica. Movo rapidamente minha cabeça na direção do movimento, tirando as armas e me preparando.
— O que foi, Meridia? — Hannes pergunta se colocando ao meu lado.
— Eu... eu não sei. Posso jurar que vi algo entre as árvores. Ali. — aponto.
Bill e Tom se entreolham e vão até lá. Um tempo se passa e os irmãos voltam.
— Não tem nada, princesa. — Bill diz e puxa uma mecha do meu cabelo.
— Vamos voltar pro forte. Está escuro demais para ficarmos descampados aqui fora. – Tom diz e todos concordamos.
— Que horas amanhã? — Hannes pergunta assim que adentramos o forte.
— Ao amanhecer. Partiremos assim que os cavalos estiverem prontos.

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Pain Of Love - 1ª TEMPORADADonde viven las historias. Descúbrelo ahora