Cap 20

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Sinto os braços de Georg me envolverem, me afastando de Dante.
— A gente precisa tirar ele... a gente não pode deixar... – digo entre lágrimas.
— Mary? O que houve? Você está bem?— Bill aparece no quarto e então, vê Dante — Georg, tira ela daqui e chame Hannes.
— Pode deixar. Vem, Mary. — Georg me levanta cuidadosamente.
— Ele vai ficar bem, princesa. Eu prometo. — Bill diz e encosta a porta.
Georg me leva até meu quarto e me coloca na sala de banho. Ele me ajuda a me limpar e eu troco de roupa, colocando uma camisa de mangas compridas e uma calça larga em meu corpo. Deito na cama e sinto os olhos doendo de tanto chorar.
— Ele não merecia isso...
— Claro que não... ele vai ficar bem.
— Foi Xylia. Eu sonhei com ela.

*

     Em algum momento peguei no sono depois de ter contado sobre o sonho que tive com Xylia. Georg acredita que tenha alguma coisa a ver com o fato de ser Lanitaryn. A imagem de Dante ainda me assombra. Vi Georg deixando meu quarto e voltei a dormir logo em seguida.
Sinto a cama pesar em meu lado, abro os olhos e vejo Bill. Me sento rapidamente.
   – Ele tá bem?
— Está. Está muito bem e perguntando de você.
— Mesmo?
— Mesmo — Bill diz, sorrindo. — Ele vai ficar conosco. Daremos água, comida e vamos leva-lo para a escola no vilarejo – Bill diz e meu coração se aperta em gratidão diante do comentário.
— Georg me contou o seu sonho. Quer falar sobre isso?
— Acho que pode ter sido só coincidência.
— Mary, nada é coincidência depois que você chegou – Bill ri e a risada aquece meu coração — mas tudo bem. Quer ir ver o Dante?
— Sim.
Eu e Bill fomos de mãos dadas até outro quarto que Dante estava. Bill bateu à porta e ouvi Carmilla mandando entrar.
— Você está melhor? — pergunto, olhando para os braços dela.
— Claro. – ela diz secamente e seu semblante murcha ainda mais. Nunca vi Carmilla assim, nem combina com ela — vou deixar vocês à vontade.
  Carmilla saiu me deixando com Bill e Dante.
   — Então quer dizer que choraram por mim? — Dante diz se esforçando para mudar de posição.
   — Talvez. Como se sente?
   — Melhor. Quer dizer, eu não queria ficar sem um dos meus olhos, mas tudo bem.
   Seguro a risada diante do comentário.
   — Teria sido pior se os meus tivesse cores iguais aos seus. Ninguém nunca saberia que eu tive cores diferentes.
   — Deuses... — digo e Bill ri. Me lembro do menino que Bill ficou conversando — o que fez com aquele garoto?
   — Ele tá lá embaixo comendo. Morto de fome.
  — Ah, Deuses...
  — Eu comeria um pãozinho agora.
  — Pela Mãe — Bill bufa — vou pegar só porque precisa descansar.
  — Você é um fofo, Bill. — Dante responde.
   Bill sai mostrando o dedo do meio. Um tempo se passa até eu resolver perguntar:
  — Carmilla sabe sobre Xylia?
  – Sabe. Ela viu meu quarto e reconheceu a letra da irmã. Se sabia do envolvimento, não demonstrou.
   — Ah...
— Sonhou com ela, não? Na noite que você gritou.
— Sim. Como você soube? Você... sentiu?
Dante engole uma gargalhada.
— Foi só o Georg que me contou mesmo.
— Ah. Tá bem. O que vamos fazer? Parecemos tão vulneráveis agora.
— Eu não sei. Acredito que dentro de dois dias eu me recupere. Eles já fizeram muita coisa.
— Sim. Fizeram.
Bill volta com um prato com três pãezinhos e entrega para Dante.
— Vou te deixar descansar. Depois eu volto — digo e deixo um beijo no topo de sua cabeça.
— Sempre um prazer ter você por perto — ele diz e eu e Bill saímos encostando a porta.
Bill me puxa pelas mãos e me leva até uma das salas para debatermos o que vai ser feito. Georg chega logo depois, avisando que Hannes ficaria com Carmilla. Deuses, eu mal posso imaginar como ela se sente.
— Certo. — Bill abre o mapa sobre a mesa — deuses, parece que isso não acaba nunca.
   — Posso chegar até os aposentos. Vamos manter nosso último plano. Eu consigo. Georg vem comigo.
   Georg assente juntamente com Bill.
   — Temos Gustav lá dentro. Ele está do nosso lado, só precisamos estar próximos o suficiente para... — Georg começa a dizer.
   — Usar a persuasão. — Bill diz.
— Vai funcionar. Só quero que me prometam uma coisa — digo.
— Qualquer coisa, princesa — Bill diz e sorri maliciosamente.
— Eu quero o Alastir vivo para mim.


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Pain Of Love - 1ª TEMPORADAWhere stories live. Discover now