Cap 16

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     > Ler o próximo capítulo ouvindo "Back to You, de Twin Forks"

Bill se aproxima e meu coração dispara, mal consigo respirar. Uma de suas mãos seguram meu rosto e me puxa para um beijo lento e apaixonante. Seus lábios quentes dançam sobre os meus. Nos deitamos lentamente sobre a cama e suas mãos acariciam meu rosto. Uma batida na porta nos interrompe. Levantamos rapidamente e ignoro a dor nos pulsos enquanto forço para levantar.
    — Mary? – ouço Tom e ele abre a porta, sorrindo de forma maliciosa.
    — Oi.
    — Tava te procurando, ia perguntar agora se Mary tinha te visto. Pelo visto sim.
  Mostro o dedo do meio pra Tom e ele ri. Bill se levanta sem jeito e vai em direção ao Tom.
   – Conversamos depois, tá bem? Volto assim que eu conseguir.
  Assinto com a cabeça. Os irmãos saem e eu me jogo na cama. Meu coração ainda está disparado, penso em Bill e em nosso beijo. Levanto devagar e vou atrás de Georg e conversar sobre tudo.
Procuro pelo mesmo e o encontro em sei quarto.
– Georg?
— Oi.
— Posso?
— Claro, entra.
– Precisamos conversar.
    — Tudo bem.

                                     *

    Conto para Georg tudo que aconteceu. Sobre Pearl, Gustav. Conto a história de Bill, Tom e Alastir. A raiva consumiu Georg e combinamos sobre nosso plano.
   — Deuses, a gente foi atrás de um estripador de recém-nascidos, e olha onde estamos.
    — Nem me fale. Como você acha que está na aldeia?
    — Sinceramente? O pouco tempo que fiquei trancafiado naquele lugar, ouvi que tinham mais criancinhas. Então, acho que vai de mal a pior.
   — Céus...
   — Você acha que as pessoas sabem? Ou desconfiam?
   — De quem? De Alastir? Acho que não. Do jeito que eles são, não duvido de terem colocados nossas cabeças como alvo.
  Georg ri. Que caos.
   — Então você e Bill...?
   — O quê? Como você...?
   — Dante — eu e Georg dizemos em uníssono e rimos.
   — É... eu e ele somos uma coisa chamada meio coração. É como se estivéssemos predestinados.
   — Isso é interessante.
   — Até que sim — digo e sinto o rubor subindo por minhas bochechas — o que está achando daqui? Velour.
— Qualquer coisa é melhor do que a velha cabana. Sente falta de lá?
— Sim e não. Aqui parece mais familiar do que minha própria casa. Isso faz sentido?
— Acho que sim. Sinto a mesma coisa.
Deito a cabeça sobre o ombro de Georg e conversamos mais um pouco. Pegamos no sono e fomos acordados por Carmilla para jantarmos. Caminhamos pelo grande corredor e posso jurar que os olhos de Bill brilharam assim que me viu. Meu estômago revirou na barriga.
Nos sentamos para comer. Bill na ponta da mesa, eu em seu lado direito, e Tom de frente pra mim. Georg ao meu lado seguido por Xylia e Dante. E ao lado de Tom, Carmilla e Hannes.
— Está tendo uma festa no vilarejo. Noite Lunar — Xylia diz.
— O que é? — Georg pergunta.
— É uma tradição. Primeira Lua Cheia do inverno.
— Parece fascinante — digo.
— Quer ir? — Bill pergunta baixinho — podemos ir depois do jantar, se quiser.
— Adoraria – respondo e sorrio.
— Eu e Meridia vamos depois do jantar. Alguém vem com a gente?
— Eu vou — Tom e Georg dizem.
A única que vai ficar é Xylia. Acabamos de jantar e fomos para a aldeia. Haviam muitas frutas, cervejas e crianças dançando. A fogueira era alta e não estava tão frio. Bill parecia um pouco distante e desconversava quando puxava assunto. Carmilla me puxou pra dançar, e Hannes foi com a gente. Tom, Georg e Bill ficaram sentados próximos à fogueira. Não pude me mexer muito, mas tenho certeza que mais tarde as dores virão.
Depois de um tempo, me sentei próximo a Georg e peguei um bandolim que estava ao meu lado. Comecei a cantar Noble Maiden Fair. As pessoas começaram a formar pares e dançar lentamente. Georg pegou o chocalho e me acompanhou, formando uma lenta e ritmada melodia. Bill se aproxima e senta do meu lado. Tom está com uma cerveja na mão e conversando com algumas pessoas.
A música acaba e começamos Soldier, Poet, King e as danças animadas voltam e tomam conta do espaço. Depois de algumas músicas, deixo o bandolim de lado. Bill está me olhando e quando percebo, desvia o olhar.
– O que está acontecendo?
– O quê?
— Você... se arrependeu de ter me beijado...?
— Que? Não, claro que não.
— Você está me evitando.
— É só que... tenho medo que o fato de me apaixonar por você te coloque mais ainda como alvo.
— É um risco que quero correr — digo baixinho, mais pra mim mesma do que para Bill — não me arrependo e faria de novo. Não é como se eu não tivesse um alvo em minhas costas. Se for pra ter, que pelo menos seja por algo que eu quero.
— Mary...
— Eu e Carmilla vamos voltar para o Forte — Hannes diz se aproximando de nós.
— Eu vou com vocês — Georg diz.
— Quer que eu vá com você? — pergunto.
– Mary, nós dois sabemos que não é comigo que você quer ficar — Georg diz baixinho mas vejo que Bill dá um meio sorriso me fazendo corar — boa noite.
— Boa noite, Georg.
Eu e Bill ficamos na fogueira e me lembrou da primeira vez que ficamos em frente a uma há alguns poucos dias. O tempo está esfriando conforme fica ainda mais tarde. Estremeço quando um vento passa pelo meu corpo.
— Frio?
— Um pouco.
— Aqui, vem cá. — Bill abre as pernas e bate uma das mãos no banco no meio delas. Sento entre suas pernas e ele me envolve com seus braços e o seu casaco.
— Confortável?
— Uhum — digo, quase derretendo diante da sensação prazerosa de calor. Gemo quando me apoio para me ajeitar.
— Ainda dói muito?
— Um pouco. Ainda é muito sensível.
Bill passa uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e se aproxima, sussurrando em meu ouvido:
— Eu amo sua voz... poderia te ouvir cantando todos os dias — ele diz e sua bochecha roça na minha me fazendo prender a respiração.
Respiro fundo me endireitando no assento.
— Quando Dante voltou sem você... eu achei que fosse enlouquecer. Desde que te vi, não teve um dia que não pensei em você... que Neith me perdoe por desejar sua caçadora.
— É?
— Uhum — ele diz e deixa um beijo em meu maxilar — Vamos, você precisa descansar. Precisa se recuperar.
Faço biquinho de tristeza e ele Bill sorri. Sinto um milhão de estrelas em meu peito explodindo.
– O que foi? — ele pergunta, sorrindo sem jeito.
— Acho que gosto de você mais do que eu deveria.
Bill sorri e caminhamos de volta para o forte.

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Pain Of Love - 1ª TEMPORADAWhere stories live. Discover now