Capítulo 25

146 15 5
                                    


         Chego na escola e dou de cara com Mase e Corey conversando na entrada.

         -- Vocês não sabem quem tá namorando! – finjo uma fofoca.

         -- Quem? – responde Corey curioso e Mase até desliga o celular para prestar atenção.

         -- Eu.

         -- Eu também. – diz Theo se aproximando, ao chegar com sua mochila nas costas.

         Esse enxerido deve ter escutado a conversa de longe.

         -- Com quem? – Mase brinca.

         -- Vai se fuder, vocês não vão nem reagir? – digo.

         -- Eu achei incrível, mas tipo vocês meio que já eram namoradinhos...

         -- Que não namoravam. – Mase completa.

         -- Vocês são muito sem graça.

         -- Mas eles não tão errados, a gente não escondia muito. – diz Theo.

         -- O Theo nunca escondeu muito. – acrescenta Mase.

         -- Nunca mesmo. – Corey ri.

         -- Nossa, também não era assim.

         -- É que ele se apaixonou primeiro. – implico e olho para ele conseguindo ler seus pensamentos.

         -- Só porque você era um gay encubado. – implica Corey.

         -- Ele te pegou agora, Li. – Theo diz e segura minha mão.

         -- Isso é bifobia.

         O sinal tocou e fomos todos para nossas aulas. O dia passa bem rápido, no geral, acho que só pela contradição de eu querer que fosse o contrário. Hoje era o tal jantar que minha mãe ficou devendo para o Theo. Ela foi bem precisa na data, porque ontem foi o dia que eu o pedi em namoro. Jenna e seus sentidos.

         A campainha toca e desço para atender. Minha mãe estava terminando de colocar a mesa e David estava para chegar do trabalho. Abro a porta e vejo um Theo todo arrumadinho. Aliás, de tirar o fôlego. Como alguém podia ser assim? Sinto o cheiro do seu perfume e seguro o impulso de beijá-lo.

         -- Oi, Theo. – digo tentando (e falhando) evitar um sorriso.

         -- Oi, Liam. – sorri.

         Ele entra e Dona Jenna corre para cumprimentá-lo com um abraço. Ele já tinha vindo aqui em casa algumas vezes agora e isso foi o suficiente para ele conquistar minha mãe também. Ele tinha muito jeito com as pessoas, com as palavras e eu não consigo entender como ele não é, sei lá, o cara mais popular da escola.

         -- Finalmente esse jantar saiu, né? – ela diz sorrindo.

         -- Sim! Eu preciso experimentar a sua famosa lasanha.

         -- Você está com sorte então, ela tá saindo do forno. Enquanto isso pode ir tirando seu casaco e se sentir em casa.

         -- Obrigado, Jenna.

         Chamo ele para subir ao meu quarto. Seu perfume e seu sorriso me fizeram sentir coisas. Assim que ele entra, fecho a porta e ele me beija contra ela. Ele desce a mão do meu cabelo à minha cintura. Eu levo as mãos aos botões de sua camisa. Logo a tiro para cima e ele joga a minha em um canto da cama, onde estávamos agora. Sinto sua pele quente contra a minha e ele começa a beijar meu pescoço. Sinto minha respiração mudar de ritmo.

Do Outro Lado da Porta de Uma Camionete EnferrujadaWhere stories live. Discover now