Capítulo 17

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(Tem uma música anexada nesse, que escutei enquanto escrevia esse capítulo. A playlist completa está na parte de Apresentação!)

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Não tinha muita luz, mas, assim que a porta se abre, meus olhos param em Alec, que estava mais ao fundo acorrentado, de cima a baixo, a uma pilastra.

-- Não era pra vocês serem mais rápidos que a gente? Sinceramente, já estava ficando entediado. – um senhor de não menos que uns 70 anos diz, sentado em uma cadeira alta.

Ele tinha uma expressão pretenciosa estampada em seu rosto. E usava um jaleco. Espalhados pelo local, haviam 10 homens, mas estes não se pareciam nada com cientistas. Noto que alguns carregavam armas.

-- Se entedia tão fácil assim, vovô caduco? A idade tem dessas mesmo. – solta Theo.

É impressionante o fato de que ele sempre tem algo na ponta da língua para dizer. Já eu me preparo para avançar e soltar Alec, mas um dos caras é mais rápido e agora há uma arma apontada para mim. Acho que é mais que óbvio que ela não estava carregada com balas comuns. Theo dá um passo a frente.

-- Theo Raeken. – ele parece se lembrar de algo. – Ia começar a explicar onde estamos e com o que trabalhamos, mas acho que posso dispensar essa parte, certo? Você poderia agilizar tudo isso e contar ao Dunbar o que fazemos por aqui?

-- Engraçado... – ele dá um de seus sorrisos sarcásticos. – Vocês chamam isso de trabalho? Parabéns pela coragem, porque eu teria um pouco de vergonha.

-- O que ele tá falando? – pergunto confuso.

-- Eles provavelmente estão usando lobisomens e não sei mais o quê como ratos de laboratório. – Theo olha para mim e consigo ouvir seu coração acelerar.

-- Tendo flashbacks, Theo? – o velho dá uma risada.

Então percebo do que eles estavam falando. Doutores do medo. Quase me esqueço que essa foi a vida de Theo por um bom tempo.

-- Cala a boca, veiote. O que você quer com a gente? – interrompo.

-- Calma, Liam. Não vai ter outra crise e explodir, de novo, vai? – implica.

-- E o que você sabe disso, seu pedaço de merda? – falo alto.

-- Aí é que está. Eu sei quase tudo que há pra saber sobre vocês. Bem, o que eu tinha conseguido até então. Agora vou finalmente descobrir o resto. – ele diz e faz um sinal com a cabeça para um dos homens.

Dois deles se aproximam de nós e Theo e eu trocamos um olhar que dizia para nos prepararmos. São só 10 caras e um velhinho, a gente dá conta. Cadê o Mason e o Corey? Será que eles tinham sido capturados também e estavam em algum lugar por ali?

Não tenho tempo para pensar, porque logo estou nocauteando dois caras, que antes de caírem no chão me acertam com um metal na costela. É lógico que isso só desperta mais raiva em mim, algo que, nesse caso, pode até ser útil. Theo também derruba mais dois, à minha direita. Agora são 6. Ou eram 6, até que, do nada, saem de outros cômodos mais uns 15. Puta merda.

Noto mais armas e, pela matemática básica, era bem simples perceber que uma hora ou outra seríamos atingidos.

-- Ah, mas vocês não podem tirar uma soneca assim, sem antes eu contar meus planos reservados pra vocês. Qual a graça? – ele interrompe. – Certo, começamos testes em lobos, os de verdade mesmo, tem menos de um mês.

Os lobos correndo na floresta. Aliás, fugindo.

-- Agora chegou a etapa principal do nosso Plano Chave, e é aí que vocês entram. Aqui em Beacon Hills tem uma grande oferta de aberrações, por causa daquele toco de árvore, vocês sabem. Que lugar melhor pra começar se não aqui? – diz enquanto anda ao redor do espaço, abrindo portas de armários e espalhando folhas nas bancadas. – Sabe, meninos, vocês não se distinguem tanto assim, como pensam, desses animais. É fascinante, mas também meio repugnante. Bem, pena que vocês não são tão unidos assim, como eu pensava. Poderiam aprender um pouco com os lobos e fazer umas amizades, viu?

Nesse instante um dos capangas, que estava mais afastado de nós, cai no chão. Então, Mase aparece, do nada, atrás dele segurando o taco que o derrubou. Não vejo Corey, mas ouço o barulho das correntes de Alec se mexerem. Eu e Theo aproveitamos a deixa para voltarmos com os golpes, até que ouvimos um estrondo atrás de nós. Me viro e dou de cara com Scott, que deu uma portada em um deles, que cai no chão desacordado. Os olhos do velho se arregalam e não sei dizer se foi por fascínio ou pavor.

-- Poxa, uma luta no meio da floresta e vocês nem pra me chamar? – Scott brinca e fico feliz que ele está aqui.

Uns onze caras, armados com não sei o quê, para cada um, não era uma boa aposta.

Agora, nós três juntos, derrubávamos esses caras como fileiras de dominó. Mase e Corey conseguem, finalmente, soltar Alec. Ele se aproxima, por trás, do velho, que parece nem perceber. Ele não tirava os olhos de Scott e, sinceramente, parecia quase um fã, se visto fora de contexto.

-- Scott Mccall... o alfa verdadeiro. Começamos por essa região pensando em você, mas não achei que teria a sorte de conhecê-lo logo tão cedo. – ele pensa alto, quase como um sussurro.

-- Bom, eu estou aqui agora. – responde.

Alec segura o velho por trás, prendendo seus braços. Theo se aproxima e assume o lugar de Alec. O velho murmurava algo, que eu não me importei o suficiente para ouvir ou entender. Não demora muito para que o xerife Stillinski apareça com uma algema. "Agora é comigo" foi o que ele disse. Scott deve ter o chamado.

-- Olha, Alec... Não sei como... Eu... Desculpa, de verdade. – digo, por fim.

Percebi que minhas mãos tremiam. Não se via nenhum ferimento grave, mas vai saber pelo o que ele passou e eu deveria estar no controle.

-- Tá tudo bem. Eu tô bem. – ele força um sorriso fraco.

Eu devia ter ido antes. Era minha responsabilidade. Eu estava no comando. Eu escolhi esperar até hoje. Qualquer coisa poderia ter acontecido. Quero dizer tudo isso e mais várias coisas, mas tudo que sai é:

-- O que eles fizeram com você?

-- Acho que o plano mesmo era atrair vocês, pra então fazer algo. Eu tô bem mesmo. – reforça.

-- Vem comigo, eu te levo pra casa. – Scott o chama. – Falo com vocês depois. – diz olhando para nós agora.

Depois de dar alguns passos, ele volta e me dá um abraço.

-- Saudades, cara.

***

Ooi! Desculpa o sumiço semana passada, mas hoje saem 2 capítulos!
É um plot de vilão mais simplezinho, porque não é o foco dessa fanfic, mas espero que estejam surtando com as interações Thiam tanto quanto eu!

Do Outro Lado da Porta de Uma Camionete EnferrujadaWhere stories live. Discover now