Capítulo 14

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         Terça-feira, hora do almoço. Estava esperando Alec na cantina, porque ele havia pedido que eu o fizesse. Algo que era, para ser sincero, mais frequente que gostaria. Ele estava sempre marcando "reuniões" para literalmente qualquer tópico. Alguns dias atrás tinha sido sobre como ele achava que seria possível fazer a gente ficar bêbados, e que tinham boatos rolando sobre isso na Europa e não sei mais o quê.

         De qualquer forma, ele já estava 20 minutos atrasado, o que era estranho, já que, geralmente, costumava chegar 20 minutos mais cedo – conseguindo, até mesmo, me superar. Ligo para ele duas vezes e ambas caem na caixa postal, então, como já estava quase na hora de voltar para as aulas, deixo uma mensagem de voz:

         "Ei, Alec, onde você tá? Vou voltar pra aula, mas se precisar de algo me liga."

         Lembro do que o Scott disse sobre tentar sempre se fazer disponível para as possíveis questões que pudessem surgir. Ok, que, nesse caso, provavelmente é mais uma besteira do Alec, mas mesmo assim. Ele deve ter esquecido.

         Vou até meu armário pegar o livro de inglês e entro na sala da Ms Miller, pegando um lugar. Mase e Corey, com quem tinha almoçado, foram para a biblioteca, porque tinham esse período livre. Hoje teria somente a última aula com eles e Theo, mas no final da de inglês vou embora para casa, porque não podia mais aguentar uma dor de cabeça insuportável, que vinha me atormentando desde o almoço.

         Giro as chaves da porta da frente e percebo que estou sozinho, porque não escuto nada além dos barulhos da rua. Ainda estava cedo, então só jogo minhas coisas no canto do quarto, fecho as cortinas e pulo na cama. Tiro um cochilo e acordo de repente com um pesadelo: tudo muito escuro, mas ouço o som de uma matilha de lobos se aproximando e da voz de Scott dizendo "Eu confiei em você". Estou todo suado. Entro direto no chuveiro e agora, de toalha, me sinto mais consciente.

         Ligo meu celular e várias notificações aparecem, mas nenhuma delas é de Alec. Ele talvez esteja tendo um dia ruim, então não insisto muito e mando:

         "Oi, se ainda quiser, a gente se encontra amanhã no almoço!"

         Então, abro o grupo com Mase e Corey:

         M: Li, seu bundão, vc tá dormindo até agora, né?

         C: E aí, melhorou?

         M: Eu até te mandaria minhas anotações, mas vc sabe como eu fico no último horário.

         C: TA, MAS VOU TE CONTAR O QUE VC REALMENTE PERDEU.

         C: Ok, se prepare.

         C: Parece que a Brittany tá grávida e ATENÇÃO.

         C: Rolou briga na saída, porque não sabiam se o pai era o Brad ou o sei lá quem, que não lembro o nome.

         M: Nossa essa foi feia demais, porque nem sabiam que esse outro tava na equação.

         C: ENTÃO!

         Sorrio com a empolgação das Marias Fifis e respondo:

         "Enfim o equilíbrio de vcs não estarem acordados pra aula, mas basta surgir um drama adolescente que vcs chegam pulam com a fofoca"

         E mais uma vez sou chamado de solteiro em vinte línguas por esses dois, que se juntam para fofocar juntos toda vez.

         Porém, logo volto minha atenção para o tão querido tópico: lobos. Enquanto abro meu notebook, para pesquisar sobre, vejo a última conversa não aberta – a de Theo:

         "Fdp, foi embora e não me devolveu meu moletom. A porcaria da janela estragada não fechava e passei frio a aula toda."

         É verdade, esqueci que ia entregar para ele na aula, já que não tínhamos nos visto antes. Respondo:

         Hoje o puto da vida é vc? Fui embora mais cedo, pq tava com dor de cabeça, mas assim que te encontrar te entrego.

         Logo completo, antes de largar o celular e começar a pesquisa:

         "Ué, quer dizer que coiotes também passam por isso?

         Ah é, verdade, vc é um semi-coiote, né?"

         Encontro resultados bem variados no Google e penso sobre como o Stiles faz falta. Nesse momento, ele já teria umas três teorias e cada uma delas muito bem fundamentadas. No entanto, o que Beacon Hills tinha agora era eu, então tento fazer alguma conexão entre alguma dessas coisas aparecendo na tela do laptop com um possível "Plano Chave". Obviamente, falho e nenhuma das minhas hipóteses faz sentido.

         Decido guardar tudo isso e ir logo para o ponto, de uma vez: ir até a floresta e ver o que encontramos, mas, é claro que para isso precisamos estar todos juntos. Aliás, não todos, mas pelo menos Alec tem que ir dar uma forcinha, até porque não sei o que vamos achar por lá.

***

Ooi!
Feliz com o engajamento de vocês <3
Não se esqueçam de favoritar esse capítulo também ;)
Espero vocês nos capítulos da semana que vem, que estão... de muitas emoções hihi

Do Outro Lado da Porta de Uma Camionete EnferrujadaWhere stories live. Discover now